Multidão
Ela tentava dormir, com a cabeça na almofada virada de lado. Não dormia, Apenas tentava, demasiado eléctrica e cheia de energia para conseguir dormir. O quarto que de dia se enchia de luz estava agora preto, com uns poucos pontinhos de luz vindos dos estores. Farta das horas em branco na cama, levantou-se e foi para a cozinha. Não tinha fome, mas qualquer instinto a levou para cozinha. Chegada à cozinha olhou em redor, sem perceber porque ali havia ido. Então sentou-se numa cadeira e meteu a cabeça ebntre os braços. Ouvia o vento lá fora a levar pequenos objectos pela rua fora, e a abanar as árvores. Ainda pensava naquilo. Fechou os olhos com mais força, até que doiam. Deixou doer. Tentou concentrar-se naquele episódio. Às vezes, quando lemos algo, apanhamos uma palavra que nos fica na vista e sabemos que ali está, embora não a vejamos mais. Quando lemos o texto, detectamos a palavra e sabemos, que tinhamos razão. A palavra estava de facto ali. O mesmo se passara com ela. No meio da multidão de um centro comercial enorme viu a cara dele, no exacto momento em que ele olhou para ela. Fixaram o olhar um no outro e depois a multidão fez o resto. Arrastou-os para longe um do outro. Mas vira-o, isso ela sabia. E ele vira-a a ela, apenas não sabe se ele ligou alguma coisa. Voltou a deitar-se na cama e ali ficou sem dormir umas boas horas. No dia seguinte de manhã vestiu-se e foi para o centro comercial na loja onde havia visto o tal rapaz. Pensava na parvoice que aquilo lhe parecia mas também pensava como seria voltar a ver o seu rapaz-mistério. Continuou ali até há hora de almoço e foi para casa. Que estupidez, claro que ele não ia aparecer, foi um acaso. Só se aparecesse de tarde... Bem, tentar não custa e à tarde, lá estava ela sentada à frente da loja com as pessoas à sua volta. Então viu-o. De costas para o sitio onde estava. Foi ter com ele, mas perdeu-se na multiadão. Pessoas estupidas! Sempre a meterem-se nos assuntos alheios! Porque não a deixavam ir ter com ele? No dia seguinte à tarde, lá foi ela, sentar-se no banco, mas nesse dia não se viram. Apenas mais um dia, pensou ela. Se no dia seguinte não o visse. desistia. Então lá foi ela, com grandes olheiras para o centro comercial. Sentou-se uma hora, duas. Levantava-se para ir embora quando...'Espera!'Ela olhou para trás e viu o tal rapaz.'Espera! Fartei-me de te procurar.' Disse ele.'Eu também. Estava a ver que não te encontrava.''Mas encontraste-me. Anteontem vi-te na loja onde estava minutos antes. Foi pena, mais um pouco e apanhava-te. Mas não consegui passar pela multidão.''Ontem estive aqui, à tarde..''Sério? Fogo, eu estive aqui de manhã... Mas não apareceste e fui embora.''Mas encontraste-me.''Sim, a paciencia é mesmo uma virtude.''E agora, rapaz mistério?''Agora... Bem, que tal irmos embora deste centro barulhento?''Parece-me bem, Estou farta das pessoas.''Uau, começamos logo com algo em comum hein?'Ela riu-se e deram a mão. A última vez que os vi, estavam a sair do centro comercial ao final da tarde.
Ah pois! GA, ninguém te supera e as nossas conversas são "aquela coisa". Dai, seres a GA.
VC
1 Comments:
mto bom..
mas podias ter formatado os dialogos..:P
** =)
adrt
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