Dia dos Namorados
Ora, como não podia deixar de ser, cá estou eu para vos encher a cabeça de pensamentos bonitos. Hoje é "Dia dos Namorados" e por isso, aqui o homem-sem-nada-para-fazer (na verdade não sou um homem. Sou mais uma alforreca) lá teve a ideia de pôr um texto a ver com o assunto. Claro que no fim, quando o reler reparo que nada tem a ver, mas isso, são promenores. Mas bem, aqui vai.
Um rapaz, vestido de negro e com um cigarro na mão esquerda estava sentado num banco de jardim. Fumava tranquilamente o sexto cigarro do dia e eram apenas onze da manhã. Atrás dos óculos escuros estavam olhos azuis, que em nada condiziam com o preto que ele tinha vestido. Talvez por isso usar óculos escuros. O rapaz tinha 16 anos, aquela a que os velhos gostam de chamar "idade de ouro". Muitas vezes ele pensava sobre essa definição, e por muitos bons momentos que passasse, nunca pensaria chamar "idade de ouro" aos anos que passavam. Mas claro, havia que os viver, só depois os julgar. A verdade é que não pensava muito nisso. Em boa verdade, ele não pensava muito em coisas que não valessem a pena. Não que fosse burro ou assim, apenas não achava sentido em pensar em algo que não pudesse mudar. O cigarro acabara. Tirou o maço do bolso e tirou outro cigarro. Acendeu-o e levou-o à boca. Olhou em volta e pela primeira vez, nos quinze minutos que ali estava, reparou em algo. Casais, casais por todo o lado, passeavam no jardim. Claro que de vez em quando ia para ali um casal ou dois, até porque os jardins têm esse particular, toda a história do romancismo, mas não falo de um ou dois, mas sim de dez ounze. Havia sorrisos, alegria, brilho naquele jardim. Ele destacava-se no meio desse brilhos. Focos brancos passando lentamente pelo fumo do cigarro de um borrão preto. Ele destacava-se, mas isso era bom? Afinal ele estava sózinho no dia em que parecia que toda a gente decidira arranjar um companheiro. 'Bem, não me sinto diferente assim'. Levantou-se para se ir embora daquilo tudo. Ao levantar-se, e como que automático, dois casais sentaram-se no dito banco. 'Que raio?' pensou ele. Algo de estranho se passa aqui. O rapaz nunca gostara muito de intimidades, embora soubesse gostar de pessoas. Simplesmente não gostava muito do conceito de sociedade. Muita gente junta esforçando-se por intressarem-se pelas mesmas coisas, pelas mesmas musicas e pela mesma moda. Ele gostava muito do que era dele. A sua roupa preta, o seu maço de cigarros o seu amigo e a sua amiga. E claro, a pessoa que lhe parecia fazer falta naquele momento. Faltava-lhe ela, que devia estar com o "outro". Muitas vezes via-os agarrados como cola. Ela cumprimentava-o e ele de passagem dava um sorriso. Era embaraçoso. Não poder gostar dela como quereria por medo de ofender alguém. Talvez por isso ele gostasse do deu mundinho e de poucas confusões. Um dia quem asabe. ela gostasse dele, mas até ai contentava-se com os seus cigarrinhos. Tudo bem que alguns o chamassem de "ridiculo" e "sózinho" mas também, a importancia que ele dava a isso era tão pequena que quase nem reparava. Contudo, naquele dia, parecia que se importava com qualquer coisa. Era estranho, sentir-se diferente. Nunca se deixara influenciar pelos outros, mas toda aquela felicidade parecia faze-lo sentir-se pequeno. Que se passava? Continuou a andar pelo jardim até que num banco igual ao que ele estivera, estava uma rapariga sentada. Vestia-se de negro e fumava um cigarro. Estava muito calma, sentada sózinha no banco, com muitos casais à volta, de pé. Para quê? Começava a pensar que metia nojo, ser-se um pouco diferente. Até parecia mau ter-se personalidade. Mas mais uma vez, não ligava. Sentou-se no banco. Ao lado dela. Queria meter conversa mas não lhe vinha nada. Olhou para ela. Uau, era linda. Mesmo linda. Não tinha maquilhagem da moda, nem unhas da moda, nem acessórios da moda. Olhou mais uma vez para ela e o seu coração saltara. Ela olhava-o de volta. Incrivel, uma pessoa igual a ele, com a diferença de ser uma rapariga.
'Tenho estado à tua espera sabes?' Disse ela descontraida.
'Minha?' Respondeu ele confuso.
'Sim, à coisa de uns anitos. Porque demoraste tanto?'
'Não sei, andei perdido, tanto tempo neste jardim e nunca reparei neste banco. Só sai por causa do pessoal que ali está... Bem, tive sorte em sair dali?'
'Sim... quer dizer, encontraste-me.'
'E agora? Que fazemos?'
'Queres ir dar uma volta pelo jardim?'
'Claro...'
'Já agora, que dia é hoje?'
'14, acho eu.'
'Obrgiada.'
Andaram e andaram pelo jardim e ao fim do dia despediram-se com um beijo, coisa para cinco minutos. Ele estava feliz. As roupas pretas que le definiam uma personalidade, condiziam com a noite. Já lá não havia ninguém e eles ficaram com vontade de lá ficar a noite toda. Era à noite que eles pertenciam. Mas não podiam, desta vez pelo menos. Havia dias e dia à espera deles.
'Amanhã aqui? No banco?' Perguntou ele sem vontade de ir embora.
'Em qual?'
'No meu. Já fui ao teu.' Disse sorrindo.
'Ok, até amanhã.'
'Adeus.'
E foi um post para os namorados. Feliz dia dos namorados para vocês, embora como diria o meu fofinho Mauro, este dia não seja diferente dos outros. Apenas tem um nome. De qualquer maneira sejam felizes e obrigado por lerem.
VC
PS: Insipirado?
2 Comments:
K post + fofo.Meu n sei pk mas lembrei-me do Estima,pk ele tb se veste d preto,loooooooool
dsc.
Tamos tdos inseridos em grupos se fores a ver n ha ng verdadeiramente diferente...mas n conheço ng k keira seguir um jardineiro da sua eskola...
O Dia dos Namorados nao deveria existir.
Mas gostei do post.
adrt GA *****
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