sábado, fevereiro 11, 2006

"Castigo"

Este post que se segue tem a explicação de Quentin Tarantino ter entrado no meu corpo e escrever esta pequena história. Por isso, pessoas sensíveis, podeis saltar este post.

A sala era escura. Não se via nada exepto uma sombra um pouco mais clara que as outras da sala. As paredes eras de tijolo velho, a cair aos bocados. Havia ratos, podia-se ouvir os ruidos. Havia algo mais que ratos. Havia uma respiração pesada, gemidos de dor e tentativas de fugir. Os sons vinham da sombra mais calra. Pela pequena janela de grades podia ver-se um homem sentado numa cadeira. Estava nu e amarrado pelos pés e pelos braços. Estava suado e os cabelos imundos tapavam-lhe a cara. Por mais que se tentasse soltar, nunca conseguia. Um barulho captou a sua atenção. Não eram ratos, pois o barulho dos ratos ele já conhecia. Os seus pés estavam gastos e em carne viva de tanto os ratos o tentarem comer por ali. Este era um barulho diferetne. Olhou para o nada, tudo estava escuro. Não via nada. Soltou um fraco 'Quem está ai?' que não tece resposta. Então a luz invadiu o quarto. Uma porta abria-se e os seus olhos, habituados à escuridão pareciam queimar nas órbitas. Entrou uma pessoa alta e robusta. Estava tapado por um manto apenas e tinha cabelos brancos e grandes a taparem grande parte da cara. Era nitidamente velho e tinha olhos azuis. Sorriu sem fazer um único som. Dos poucos dentes que tinha, ainda menos estavam em bom estado. Um fio de baba escorria pelo canto da boca ao ver o homem amarrado. O homem amarrado estava de costas e por muito que tentasse ver o velho não conseguia.
'Come se chama?' perguntou o velho.
'Luis... faz-me essa pergunta de cada vez que aqui vem. Há quanto tempo estou aqui? E porque insiste em manter-me aqui fechado?' Havia muito medo na sua voz.
'Ora ora ora. Pergunto-lhe o seu nome cada vez que aqui venho pela mesma razão que você me pergunta isso de cada vez que apareço. Desperta emoções. Adrenalina sabe? Está aqui à já 3 anos e mantenho-o aqui para poder continuar o meu trabalho.'
'Você... você não vai... por favor... não volte a fazer...'
'Não torne isto mais dificil para si. Para mim é divertido mas duvido que você goste. Não lute.'
'Mas porquê eu? Poerque... não faça mais... aquilo...' Estava a tremer cada mais...
'Se não fizesse isso, nunca me divertia não acha?'
'Mas porquê eu? Porque é que não me deixa ir...?'
'Porque não você? Por haveria de o deixar ir? Não e melhor que os outros.'
'Não... mas então eles merecem castigo como eu não?'
'Hahaha! Sim claro Luis, mas quem te diz que não têm? Quem te diz que nesta sala eu não mantenho o resto das pessoas noutras salas? Como a tua? Achas que és especial? Não és, mas o resto da tua vida será para pensares na tua existencia e para te questionares do que se passa fora desta sala. Agora, chega de merdas. Vamos ao que intressa.'
'NÃO! Por favor... não quero...' Estava a chorar.
'Não me lembro de te perguntar nada.' E acendeu um cigarro que pôs na boca e começou a fumar. Tinha um ligeiro sorriso.
Pôs-se à frente do homem amarrado e agachou-se de modo a ficar mesmo frente a frente com ele. Pegou num pequeno canivete e espetou ao de leve na barriga do homem. Arrastou o canivete e o homem gritava. Um bocado da barriga do homem caiu. O velho pegou no bocado de carne e meteu-o no na boca. Mastigou-o na cara do homem e labeu o sangue da faca. Sorriu para a cara do homem e disse.
'Obrigado Luis. Agora não chores mais. Amanhã volto para o mais um bocadinho de diversão.'
O homem tentou falar mas não lhe saiu nada. Ao olhar para baixo via o que via sempre, a aumentar. Um buraco enorme na sua barriga coberto de sangue seco e um pouco de sangue humido da mais recente ferida. A luz iluminou a sua cara e as lágrimas corriam cada vez mais. Onde estava a sua vida? A sua mulher? A sua filha? Estariam à procura dele? Já haviam passado 3 anos. Onde estariam todos?

Passados 7 anos, o homem contnuava o seu ritual. Já havia chegado aos orgãos vitais, e querendo manter a vitima viva, passara para outras partes. Os braços e pernas já quanse haviam desaparecido. O homem abriu a porta e entrou. Pôs-se de frente ao homem amarrado e cortou-lhe mais um bocado da orelha. Da direita pois a esquerda já nem existia. O nariz já desaparecera também. Quase não tinha cara.
'Pronto Luis... Passaram dez anos. Vou deixar-te ir embora.'
'Quê? A sério?'
'Sim... vou te dar roupa, comida e dinheiro para teres uma vida. Desculpa o aspecto, mas isso já não posso recuperar. Não leves a mal Luis. Se te apanho mais uma vez como-te vivo.'

Minutos depois ele estava a sair da pequena cabana onde havia estado. 'Vou à policia, mas porque me deixou ele ir? O que se passa?' pensava enquanto andava o mais rápido que podia, o que era muitissimo lento, dado a sua fraqueza e o facto do seu corpo quase não existir. Viu a luz do dia, e quase cegou mas continuou a andar. Andou alguns dias sem encontrar ninguém. Foi comendo o que o velho lhe tinha dado. Ao chegar à cidade ficou incrédulo. Não havia ninguém... Apenas prédios e edificios velhos e sujos a cair. Papeis no chão. Parecia que tudo ardera. Contudo animais andavam ali. Como se a humanidade se tivesse extinguido... Não podia ser. Que pesadelo era aquele? Então viu um homem magríssimo. Como ele. Foram ter um com o outro.
'Ele? Ele apanhou-te?'
'Sim... Quem é ele?'
'Ele... é quem faz justiça. Ele equilibra tudo.'
'Estiveste lá quanto tempo?'
'10 anos como tu. Todos ficamos lá 10 anos.'
'Mas porquê...?'
'Porque merecemos... Merecemos aquilo que ele nos fez. É "o castigo"'

Bem, talvez não seja muito Tarantino mas tem o seu bocadinho.
Em principio, ainda hoje escrevou outro mais "comum". Para o pessoal que não gosta deste tipo de posts. Lol por isso ficar bem.

VC