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I
Leva-me
Leva-me contigo, numa das tuas asas, que me aquecem o coração e a alma.
Leva-me até aquele mar distante, onde ninguém nos encontra.
Leva-me para um sítio onde sou só tu e eu.
Leva-me para onde quiseres!
Mas leva-me! Tira-me daqui!, Não suporto mais ouvir os ruídos deste mundo, que me afligem a cada passo que dou!
Já não suporto as pessoas, apenas tu meu amor.
Apenas a ti te suporto.
Não me deixes aqui sozinha, onde para mim tudo é estranho, tudo é cinzento demais, ou claro de mais. Não me deixes só!
Imploro-te. Leva-me contigo, ninguém precisa de saber..
Levas-me?
Leva-me para onde quiseres! Só quero um sitio, onde só haja eu e tu, e mais ninguém. Onde o céu é limpo e azul como neste mundo, mas aonde não existe pessoas.
Só tu e eu meu amor.
Amor, estás ai????
II
Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga
Deste causa á molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero, Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga.
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Inês de Castro, Canto III, estância 119, in “ Os Lusíadas “, Luís de Camões.
Cátia Rodrigues
1 Comments:
o camoes era uma dromedario
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