O Meu Candeeiro...
03:00 da manhã- Merda, ainda só são 03h... Não sei quanto tempo aguento mais acordado, estou sem dormir há cerca de 9 dias. Não quero dormir, sabendo que passo metade da minha vida a dormir e não a vivo. Não consigo dormir com a imagem dela na cabeça. Não me sai da cabeça faz hoje... 9 dias. Não sei porquê, começar agora a pensar nela, mas não me deixa dormir. Estou a ver a chuva a bater na janela. As gotas fazem sons pesados no vidro. Tento contá-las, mas é quase impossivel. Perco-me e desisto. Um relampago, ilumina a minha rua, cuja unica luz que se vê é a do candeeiro velho na frente da minha casa. Aquele candeeiro está ali desde que me lembro... Sei que está ali há mais tempo que eu existo. Mas eu desito muitas vezes e sou fraco, ele nunca desiste de dar luz. É imbatível. Por varias vezes esteve para se apagar, mas nunca nos deixou ficar mal. Vários já foram substituidos por candeeiros mais novos mas este ainda ali está, sem reparações. Mantém-te candeeiro, não te apagues. Neste momento és tudo o que tenho. A luz dos relampagos ensombram-no, dão mais luz que ele, mas por pouco tempo pois ele mantém-se ali, indefeso e no entanto inteiro, há decadas. Olho para as únicas coisas que me concentram, o computador no MSN, sem ninguém exepto um amigo meu que nunca sai dali. E para a foto dela no computador. É uma foto espectacular, nem ela sabe como é. Mas lá está ela. Não se mexe nunca. Um foto, e um candeeiro. São as únicas coisas que me prendem à realidade neste momento. Nem os relampagos nem os trovões que se fazem ouvir alto e bom som me rompem a concentração. Com a imagem dela na cabeça, não sinto medo. Em verdade, não sinto quase nada, mas usso implica não sentir medo... Então não sinto medo. De nada. Nem dos trovões, nem dos relampagos nem da chuva pesada. Só tenho medo do sono, mas ele não chega, por isso não penso nele. Olho para o relógio do despertador, os números vermelhos indicam 03:20... Que merda. Uma olhada estupida ao MSN... Claro que não chegou ninguém... Apenas eu estou aqui à espera que por um milagre ela não tenha sono e apareça ai, o que me parece dificil. Acho que vou ver televisão.
00:35 da manhã- Nada de jeito na televisão... Claro, de que esperava? Noutro dia pornografia parecia uma boa escolha, mas nestes ultimos dias não tenho paciencia para nada. Filmes como "Rambo" e "Predador Sexual" nunca me intressaram, e neste momento muito menos me intressam. Olho pela janela. A trovoada aumenta cada vez mais. Papeis e lixo voam lá fora. Em casa isso não me importa. Olho para a foto dela. Fogo... o tempo não passa. Sento-me na cadeira preta e pouso a cabeça nos braços. Ouço a minha própria respiração. Nunca esteve tão regulada e o meu coração nunca esteve tão estranho. Um nó do estomago dá-me a sensação de gostar demasiado dela. Mais do que devia talvez, mas o que posso eu fazer? Fecho os olhos e penso em algo... Vejo a foto dela cravada nos meus olhos.
03:55 da manhã- Levanto a cabeça ainda com os olhos a doerem-me. Olho lá para fora, sem medo. Achuva aumenta e os relampagos caiem cada vez mais perto daqui. Levanto-me para comtemplar aquilo, mas no memento em que me aproximo à janela ela bate-me na cara. Sei muito bem que tenho o nariz partido, mas ainda sei melhor que o sangue que cai no chão do meu quarto é lavado pela a água que entra pela minha janela. Que raio? Tudo no meu quarto começa a voar. O vento leva-me revistas e papeis. Tudo o que voe, já saiu pela janela. Eu próprio quase me elevo no ar. Mas que grande merda? De repente a foto dela na minha estante voa. Nunca me lembrei de ter uma foto dela na estante... Mas lá está ela, a sorrir para mim à velocidade que o vento lhe dá. Corro, sou estupido e já não a apnho. A única coisa que ganho é um arranhão no joelho por quase me atirar lá para fora. Esperem, olho lá para fora. Onde está.. o candeeiro? Com ele eu nao tenho medo... Mas sem ele... sou indefeso. Vejo no chão em chamas. Os relampagos finalmente o venceram... Ele voa... Quê? Em poucos segundos posso vê-lo dirigir-se a mim a grande velocidade e o impacto é forte. Demasiado forte. Estava na janela a presenciar tudo... No outro momento estava na parede com o pá do candeeiro a trespassar o meu estômago. Olhei em volta e um relampago encheu o meu quarto de chamas. Que linda maneira de morrer... Atraiçoado pelo candeeiro que me protegeu tanto tempo do escuro.... Agora prendia-me à parece e eu tinha medo... Já não via a imagem dela... Tinha muito medo... Omeu quarto em chamas contrastava com o sangue que saia do meu estômago e da minha boca. Um pequeno rio de sangue. Começava a doer-me o corpo todo. O meu coração ardia mais que o meu quarto.. A última coisa que vi, foi um relampago a dirigir-se para mim, da janela. Tentei lembrar-me da cara dela...Nada... O relampago iluminou o meu quarto e matou-me...
04-00 da manhã- Com um grito acordo e levanto a cabeça dos braços... Levanto-me da cadeira preta. Era só um sonho... O emu coração palpita como um louco no meu peito. Olho para o computador e vejo a foto dela. Uff... Que alivio... Olho pêla janela e o meu candeeiro ainda se mantém lá, independentemente da chuva... Tive medo, mas já não tenho outra vez. Volto à sala para dar um olhadela na televisão e ver se as actrizes porno deram finalmente lugar aos bons filmes que eu gosto. Mas nada... Acho que... Vou voltar para o meu quarto, e olhar para ela... a noite toda...
Não te apagues meu candeeiro... Nunca te apagues.
VC
GA
PS: Percebeste?
3 Comments:
mto bom!!
*
Principalmente a parte em k o candeeiro o "atraiçoa" e dpois a forma komo ixo é invertido.Tava apenas a sonhar.
Agr ja dixe o k penso vai descascar batatas
(eskrevest "memento" em vez de "momento" e ka pa mim foi um trocadilho)
Um dos melhores! =)*
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