terça-feira, fevereiro 28, 2006

O Funeral

Parece que vai chover. As nuvens carregadas parecem anunciar a altura. Océu cinzento escurece o cemitério, mas não tanto como os fatos e vestidos pretos das pessoas que se reunem à volta de uma campa. Obviamente, falo de um funeral. Umas choram o momento, outras respetiam-no e outras estão ali por estarem. Apenas uma não se percebe o que se sente. Um rapaz, desconhecido, a todos. Atrás de uma árvore ele segura uma flor. Não um daqueles ramos que todos levam, apenas uma flor apanhada do quintal da mãe dele. A sua mãe não sabe ele ali está. Apenas pensa que se encontra na casa de um amigo. O sentimento que transmite, é quase ilegível. Segura a flor com força, como se nunca a fosse largar. O fato preto esconde a camisa também preta com uma gravata igualmente preta. Acho que é o máximo que posso dizer dele. Os olhos são carregados, sem lágrimas. A mão treme, não a que segura a rosa pois essa está firme. A mão que treme tem um papel. Amchucado sim, mas legivel. As pessoas, passado uma hora, seguem o padre para ir embora. Os pais ficam mais um pouco mas também vão embora. A noite já caiu, e só agora a campa está sózinha. Ele sai detrás da árvore com a respiração pesada. Começa a chover e ele avança. Os sapatos começam a mergulhar em poças de lama, desagradáveis. Finalmente se vê a campa. Não sei quem é, tal como não sei quem é ele. Apenas uma foto dela a identifica. Uma foto de cara, bonita, mas nada de especial. Loira e de olhos azuis tinha o seu nome por baixo, que agora não vou dizer. Basta dizer que se podia ver a sua identificação. A chuva batia no meu rosto, mas continuei ali, a ver a situação. Ele pousa a flor na campa e abre a folha a tremer.

-Olá... Não me conheces, mas eu conheço-te.

Estava atrapalhado nas palavras, como se ela ali estivesse a falar com ele.

-Suponho que seja demasiado tarde para ti, mas eu vim aqui porque estou à anos para te dizer uma coisa. Ontem ganhei coragem e fui a tua casa. Falei com o teu pai e ele disse que tinhas sido atropelada e tinhas morrido. Disse-me que se quisesse podia vir ao funeral. Os amigos são bem-vindos como ele disse. Eu disse que não te conhecia bem para vir ao teu fuenral, mas bem... Aqui estou eu... Tinha uma coisa para te dizer e o facto de não te ver não quer dizer que não me estejas a ouvir. Nalgum lado... Eu... escrevi-te uma coisa. No mês passado... Hmm, não me conheces, nunca me viste, mas eu conheço-te desde que me conheço a mim... e pronto.. aqui vai...

Olha para a folha com os olhos molhados e lê com a voz trémula e cuidadosa.

- Quero pedir-te desculpa por só agora me mostrar... Só agora dou noticias, mas a timidez não deveria ser premitida num jovem apaixonado. Peço-te desculpa por... não ter estado quando precisaste ou de não ter dito quando precisei. E precisei de ti, muito mesmo. Precisei de ti para poder dormir, não durmo há semanas. Precisei de ti para me concentrar e para ter alguma vontade de fazer alguma coisa. Até precisei de ti para ter fome. Não como deve de ser há muito tempo. Bem... o objectivo pelo qual te escrevo é para saber se queres encontrar-te comigo. Sei lá, um dia qualquer, não tem que ser agora sabes.. Como amigos... Hmm, fica o convite. Não é a melhor carta que se pode receber mas não tenho jeito para isto.

Agora começava a chorar visivelmente e ajoalhou-se.

-Desculpa amor... Desculpa não ter sido mais rápido... Que raio... (com a mão trémula deu um murro fote na campa, rasgando a pele e deitando sangue)... Se ao menos estivesse lá quando aconteceu.. talvez não tivesses... Merda...

Vi aquilo tudo.. Meteu-me pena. Mas não fiquei ali... Nem o fui confortar. Deixei-o com o sofrimento dele. No dia seguinte, várias manchetes de jornais diziam algo como "rapaz morreu aparentemente de causas naturais emc ima de uma campa. No local encontravam-se duas rosas vermelhas'. Duas. Ele apenas tinha uma... Talvez se tenham encontrado. Lá em cima. Bem... É o que eu gosto de pensar pelo menos...

Talvez se tivesse lá estado... Ele não tivesse morrido.~

VC

domingo, fevereiro 26, 2006

Multidão

Ela tentava dormir, com a cabeça na almofada virada de lado. Não dormia, Apenas tentava, demasiado eléctrica e cheia de energia para conseguir dormir. O quarto que de dia se enchia de luz estava agora preto, com uns poucos pontinhos de luz vindos dos estores. Farta das horas em branco na cama, levantou-se e foi para a cozinha. Não tinha fome, mas qualquer instinto a levou para cozinha. Chegada à cozinha olhou em redor, sem perceber porque ali havia ido. Então sentou-se numa cadeira e meteu a cabeça ebntre os braços. Ouvia o vento lá fora a levar pequenos objectos pela rua fora, e a abanar as árvores. Ainda pensava naquilo. Fechou os olhos com mais força, até que doiam. Deixou doer. Tentou concentrar-se naquele episódio. Às vezes, quando lemos algo, apanhamos uma palavra que nos fica na vista e sabemos que ali está, embora não a vejamos mais. Quando lemos o texto, detectamos a palavra e sabemos, que tinhamos razão. A palavra estava de facto ali. O mesmo se passara com ela. No meio da multidão de um centro comercial enorme viu a cara dele, no exacto momento em que ele olhou para ela. Fixaram o olhar um no outro e depois a multidão fez o resto. Arrastou-os para longe um do outro. Mas vira-o, isso ela sabia. E ele vira-a a ela, apenas não sabe se ele ligou alguma coisa. Voltou a deitar-se na cama e ali ficou sem dormir umas boas horas. No dia seguinte de manhã vestiu-se e foi para o centro comercial na loja onde havia visto o tal rapaz. Pensava na parvoice que aquilo lhe parecia mas também pensava como seria voltar a ver o seu rapaz-mistério. Continuou ali até há hora de almoço e foi para casa. Que estupidez, claro que ele não ia aparecer, foi um acaso. Só se aparecesse de tarde... Bem, tentar não custa e à tarde, lá estava ela sentada à frente da loja com as pessoas à sua volta. Então viu-o. De costas para o sitio onde estava. Foi ter com ele, mas perdeu-se na multiadão. Pessoas estupidas! Sempre a meterem-se nos assuntos alheios! Porque não a deixavam ir ter com ele? No dia seguinte à tarde, lá foi ela, sentar-se no banco, mas nesse dia não se viram. Apenas mais um dia, pensou ela. Se no dia seguinte não o visse. desistia. Então lá foi ela, com grandes olheiras para o centro comercial. Sentou-se uma hora, duas. Levantava-se para ir embora quando...'Espera!'Ela olhou para trás e viu o tal rapaz.'Espera! Fartei-me de te procurar.' Disse ele.'Eu também. Estava a ver que não te encontrava.''Mas encontraste-me. Anteontem vi-te na loja onde estava minutos antes. Foi pena, mais um pouco e apanhava-te. Mas não consegui passar pela multidão.''Ontem estive aqui, à tarde..''Sério? Fogo, eu estive aqui de manhã... Mas não apareceste e fui embora.''Mas encontraste-me.''Sim, a paciencia é mesmo uma virtude.''E agora, rapaz mistério?''Agora... Bem, que tal irmos embora deste centro barulhento?''Parece-me bem, Estou farta das pessoas.''Uau, começamos logo com algo em comum hein?'Ela riu-se e deram a mão. A última vez que os vi, estavam a sair do centro comercial ao final da tarde.


Ah pois! GA, ninguém te supera e as nossas conversas são "aquela coisa". Dai, seres a GA.


VC

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

A Praia

Andar na praia era o que ela mais gostava. Andar ao pé das ondas, na areia. Ele, odiava a praia. Muita areia, muito áspera e o sal na pele depois de ir à água. Ela andava com um sorriso enorme, a felicidade que a praia lhe dava era imensa. Ele andava com um sorriso de quem vê a namorada feliz. Ele gostava imenso dela, e ela dele. Sempre lhe espantara a facilidade dela em pôr um sorriso na cara, por coisas tão simples como a praia. Olhavam o Sol, de mão dada. Estava quase a pôr-se.
'Vamos sentar-nos na areia.'
E foram. Ela, basicamente, comandava os dois. Ele nunca se sentira bom para ela. Amava-a mas pensava que ela era a coisa mais perfeita que existia, e ele era bastante normal. Mas ela gostava muito dele, e não o fazia sentir-se mal ou envergonhado, coisa que ele adorava. Haviam-se conhecido à dois anos atrás, naquela mesma praia, ainda que umas boas dezenas de metros atrás numas férias. Ele sentou-se na areia, e ela deitou-se Olhava o céu cor-de-laranja com uma admiração imensa. Ele olhava toda a paisagem vazia. Apenas uns casais ali estavam, também a ver o pôr do sol. Adorava as férias, estar com ela semanas a fio, naquela região. Sentia-se completo com ela.
'Onde vamos jantar hoje?' Perguntou ele.
'Ah, sei lá. Logo vemos isso. Ainda temos montes de dinheiro.'
'Ok.' Apetecia-lhe atrair a atenção dela, mas não a queria desconcentrar do Sol.
'Porque gostas tanto da praia?'
'Por causa do ar quente e da água, sei lá. As ondas no horizonte a aproximarem-se. Tanta coisa...'
'Hmm, nunca percebi a praia. Muita gente, muita areia, e muita porcaria. Lixo. O lixo não me fascina...'
'Eu fascino-te? Mesmo na praia?'
'Até no Inferno me fascinavas...' Ela puxa-o por um braço e ele caiu ao lado dela. Ela abraçou-o. E sorriu para ele, a centimetros da sua cara.
'Então... Não te queixes.' Disse beijando-o a seguir.
'Bolas, estou cheio de areia... Agora tenho que tomar banho em casa.' Disse ele a sorrir.
'Bem, isso dá-me uma ideia...' Ela levantou-se e correu para a água tão rápido como pôde. Ele levantou-se e correu atrás dela.Ele era muito timido sem ela. Escondia-se de tudo, mas com ela, não tinha medo de nada. Era totalmente dependente dela. Ela saltara para a água e ele parara na margem.
'Anda! Salta para a água.'
Tá frio!' Diz ele meio a brincar. Quer dizer, estava a brincar, mas a água esta mesmo fria.Ela sai da água e vai ter com ele, salpicando-o todo com um pontaé na água.
'Agora estás tramada!' Saltou também e agarrou-a. Andaram na água, atirando um ao outro um bom tempo. Então ela parou. Olharam-se durante uns minutos e ela aproximou-se dele. Já não sorriam. Estavam sérios.
'O Sol está a pôr-se agora...' "Saltou" para o colo dele e abraçou-o. Ele abraçou-a também. Ela estava mesmo de frente para o Sol. Como ela adorava aquilo.
'Vales milhares de sóis sabes?'
'Amo-te...' E beijaram-se. Beijaram-se ao pôr do Sol. Até ser de noite.

Ah! Cenas lamechas! Vão masé a www.osdoutoresbimbos.blogspot.com que se esqueceram do inicio de toda a minha escrita! lol ou não... GA

VC

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

O Meu Candeeiro...

03:00 da manhã- Merda, ainda só são 03h... Não sei quanto tempo aguento mais acordado, estou sem dormir há cerca de 9 dias. Não quero dormir, sabendo que passo metade da minha vida a dormir e não a vivo. Não consigo dormir com a imagem dela na cabeça. Não me sai da cabeça faz hoje... 9 dias. Não sei porquê, começar agora a pensar nela, mas não me deixa dormir. Estou a ver a chuva a bater na janela. As gotas fazem sons pesados no vidro. Tento contá-las, mas é quase impossivel. Perco-me e desisto. Um relampago, ilumina a minha rua, cuja unica luz que se vê é a do candeeiro velho na frente da minha casa. Aquele candeeiro está ali desde que me lembro... Sei que está ali há mais tempo que eu existo. Mas eu desito muitas vezes e sou fraco, ele nunca desiste de dar luz. É imbatível. Por varias vezes esteve para se apagar, mas nunca nos deixou ficar mal. Vários já foram substituidos por candeeiros mais novos mas este ainda ali está, sem reparações. Mantém-te candeeiro, não te apagues. Neste momento és tudo o que tenho. A luz dos relampagos ensombram-no, dão mais luz que ele, mas por pouco tempo pois ele mantém-se ali, indefeso e no entanto inteiro, há decadas. Olho para as únicas coisas que me concentram, o computador no MSN, sem ninguém exepto um amigo meu que nunca sai dali. E para a foto dela no computador. É uma foto espectacular, nem ela sabe como é. Mas lá está ela. Não se mexe nunca. Um foto, e um candeeiro. São as únicas coisas que me prendem à realidade neste momento. Nem os relampagos nem os trovões que se fazem ouvir alto e bom som me rompem a concentração. Com a imagem dela na cabeça, não sinto medo. Em verdade, não sinto quase nada, mas usso implica não sentir medo... Então não sinto medo. De nada. Nem dos trovões, nem dos relampagos nem da chuva pesada. Só tenho medo do sono, mas ele não chega, por isso não penso nele. Olho para o relógio do despertador, os números vermelhos indicam 03:20... Que merda. Uma olhada estupida ao MSN... Claro que não chegou ninguém... Apenas eu estou aqui à espera que por um milagre ela não tenha sono e apareça ai, o que me parece dificil. Acho que vou ver televisão.

00:35 da manhã- Nada de jeito na televisão... Claro, de que esperava? Noutro dia pornografia parecia uma boa escolha, mas nestes ultimos dias não tenho paciencia para nada. Filmes como "Rambo" e "Predador Sexual" nunca me intressaram, e neste momento muito menos me intressam. Olho pela janela. A trovoada aumenta cada vez mais. Papeis e lixo voam lá fora. Em casa isso não me importa. Olho para a foto dela. Fogo... o tempo não passa. Sento-me na cadeira preta e pouso a cabeça nos braços. Ouço a minha própria respiração. Nunca esteve tão regulada e o meu coração nunca esteve tão estranho. Um nó do estomago dá-me a sensação de gostar demasiado dela. Mais do que devia talvez, mas o que posso eu fazer? Fecho os olhos e penso em algo... Vejo a foto dela cravada nos meus olhos.

03:55 da manhã- Levanto a cabeça ainda com os olhos a doerem-me. Olho lá para fora, sem medo. Achuva aumenta e os relampagos caiem cada vez mais perto daqui. Levanto-me para comtemplar aquilo, mas no memento em que me aproximo à janela ela bate-me na cara. Sei muito bem que tenho o nariz partido, mas ainda sei melhor que o sangue que cai no chão do meu quarto é lavado pela a água que entra pela minha janela. Que raio? Tudo no meu quarto começa a voar. O vento leva-me revistas e papeis. Tudo o que voe, já saiu pela janela. Eu próprio quase me elevo no ar. Mas que grande merda? De repente a foto dela na minha estante voa. Nunca me lembrei de ter uma foto dela na estante... Mas lá está ela, a sorrir para mim à velocidade que o vento lhe dá. Corro, sou estupido e já não a apnho. A única coisa que ganho é um arranhão no joelho por quase me atirar lá para fora. Esperem, olho lá para fora. Onde está.. o candeeiro? Com ele eu nao tenho medo... Mas sem ele... sou indefeso. Vejo no chão em chamas. Os relampagos finalmente o venceram... Ele voa... Quê? Em poucos segundos posso vê-lo dirigir-se a mim a grande velocidade e o impacto é forte. Demasiado forte. Estava na janela a presenciar tudo... No outro momento estava na parede com o pá do candeeiro a trespassar o meu estômago. Olhei em volta e um relampago encheu o meu quarto de chamas. Que linda maneira de morrer... Atraiçoado pelo candeeiro que me protegeu tanto tempo do escuro.... Agora prendia-me à parece e eu tinha medo... Já não via a imagem dela... Tinha muito medo... Omeu quarto em chamas contrastava com o sangue que saia do meu estômago e da minha boca. Um pequeno rio de sangue. Começava a doer-me o corpo todo. O meu coração ardia mais que o meu quarto.. A última coisa que vi, foi um relampago a dirigir-se para mim, da janela. Tentei lembrar-me da cara dela...Nada... O relampago iluminou o meu quarto e matou-me...

04-00 da manhã- Com um grito acordo e levanto a cabeça dos braços... Levanto-me da cadeira preta. Era só um sonho... O emu coração palpita como um louco no meu peito. Olho para o computador e vejo a foto dela. Uff... Que alivio... Olho pêla janela e o meu candeeiro ainda se mantém lá, independentemente da chuva... Tive medo, mas já não tenho outra vez. Volto à sala para dar um olhadela na televisão e ver se as actrizes porno deram finalmente lugar aos bons filmes que eu gosto. Mas nada... Acho que... Vou voltar para o meu quarto, e olhar para ela... a noite toda...

Não te apagues meu candeeiro... Nunca te apagues.

VC

GA

PS: Percebeste?

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Deixa-me aqui

Não me obrigues a voltar para o teu Mundo.
Estás distante para mim e já não podemos voltar atrás.

Porque me roubaste as asas do coração quando ele voava no seu auge? Quando ele sonhava?
Porque é que agora já não me queres, junto a esses teus passos que cortam as ruas negras e frias?
Não quero! Já não quero ir mais para o teu mundo, cinzento e distante do meu!
Esse teu mundo, onde as estrelas, já não tem o mesmo brilho, e onde a Lua reclama ao Universo por perder o olhar das estrelas.
Porque insistes nesse teu Mundo sem cor?

Largas-me as mãos sempre que os meus pés largam o chão, sempre que me apetece dizer a felicidade que me vai na alma.
E agora queres o quê? Queres que volte para o teu Mundo, só para te ter comigo?
Não, não quero! Se tiver que perder os teus beijos, então que te perca a ti também!
Agarra as mãos de outra mulher, e faz-lhe juras que sabes que não cumpres, tal como fazias comigo!

Agora, deixa-me aqui.

E afasta-te. Afasta esse teu olhar de mim que me atormenta o coração. Afasta o teu sorriso , que me dá saudade daqueles momentos, quando o Sol penetrava no teu Mundo, irradiando-o de Alegria e Amor.
Agora que as lágrimas escorrem pelo meu rosto rosado, afasta-te de mim.

Aqui estou bem, aqui tenho as certezas das juras que fizeste, e as mãos entrelaçadas que largaste. Aqui no meu Mundo.
Agora que estou de volta, afasta-te de mim.

E deixa-me aqui....

- Para sempre .



~ Cátia Rodrigues ~

Mentira e Falsidade

Acordei muito cedo. Mais cedo do que num dia de aulas e era sábado. Nos sábados durmo muito, mas não neste sábado. Neste sábado ia ter com ele. O meu melhor amigo esperava-e às 8h na escola e eu levantara-me às 6h30m. Não havia perguiça. Iamos a um museu que só abria de manhã e depois tinhamos a tarde para nós. Levantei-me, tomei banho e sai de casa. Cheguei às 7h30m, meia hora mais cedo. Ele já lá estava. Uau, ele levantara-se cedo por minha causa. Era algo que eu gostava muito. Terem consideração por mim. Metemo-nos no autocarro e seguimos caminho para o museu. Falámos de várias coisas na viagem de autocarro, principalemente de raparigas, mas quem nos pode censurar? Somos rapazes. Falámos "daquela" rapariga se me entendem. E chegámos lá, ao museu. Ele não parecia ter muita vontade de ir para um museu e para ser sincero, eu também não. Mas ele estava ali, e eu queria estar com ele.

Entrámos no museu e saimos o mais rápido possível. Fomos para um parque ali perto. Havia montes e relva, e sentámo-nos lá. Então decidi começar a conversa.
'Olha... Se eu te dissesse que te menti, que fazias?'
'Ouvia a verdade...'
'Sim, mas continuavas a falar-me?'
'Claro que sim... Desde que não fosses falso para mim. Se me mentisses, eu ficava mesmo muito feliz por me dizeres a verdade, porque é preciso coragem. Mentir está no nosso ser, ser falso é uma opção acho eu... Não sou nenhum psicólogo.'
'Digamos que eu agora te dizia que sou gay... É uma opção minha, e só agora te dizia, não é bem uma mentira.'
'Sim... Mas como és tu, e se não te atirasses a mim eu não queria saber disso.'
'Achas pior mentir ou não dizer a verdade?'
'Não dizer a verdade. Isso é ser falso.'
'Sim, mas ser falso não é induzir a pessoa em erro.'
'Se te disser que sou feliz, ficas feliz?'
'Sim claro...'
'E se não for?'
'Bem... se não souber, fico feliz na mesma...'
'Ai tens...'

Ficaram calados um tempo. Ele até tinha razão...

'Mas és gay?'
'Não...'
'Uff Ainda bem... Eu aceitava mas já não me sentava mais ao teu lado.'
'Vai à merda (dando um empurrão e sorrindo)'

'Vamos embora?'
'Bora'

E cá está. O texto foi acabado à pressa porque o meu pc e demasiado mau para eu escrever isto sem ele ir abaixo mas fica a ideia. Mentir às vezes é bom... Ser falso mais ou menos, dependendo da situação. E, sendo um amigo ou uma amiga, acho que tudo se resolve não é? Para bem ou para mal, isso só eles sabem.

VC

PS: Falar contigo é uma coisa de me orgulho, por isso nunca será um favor. Nem tens que agradecer =D

Módulos e Paixão

Este post já teve várias tentativas de postagem mas o meu pc simplesmente me pede para o atirar da janela o mais depressa possível. Vamos a ver se é desta portanto.

A ideia do post é dizer que não devemos ter medo de dizer as coisas que nos passam pela cabeça. Muitas vezes, se contrariarmos o medo de dizer, podemos ganhar coisas boas (o que não é o meu caso, eu falo e na rua tentam matar-me). Mas aqui vai mais um pedaço de arte da boa e bonita!! Ok... Um textozito... Um conto? Ok...

Ele estava a olhar para ela da janela da sala enquanto a via no portão a falar com as amigas. Eram 18h40 e faltavam 5 minutos para a saida. Triste acaso ela ir mais cedo, era sexta feira e ele queria falar com ela. Teve esperança que ela ali ficasse a falar mais um bocado. Olhou para ela e o tempo passou rapido. Saiu a correr, não se despediu de niguém e ainda a apanhou. Não sabe porquê mas todos o olhavam com uma espécie de sorriso. Era assim tão óbvio? Todos sabiam que ele gostava dela. Ela era a única que parecia não saber. O que não quer dizer que não soubesse mesmo. Porque sabia.
'Espera!'
'Ah olá. Vais apanhar o autocarro também?'
'Hmm? N.. sim vou!'
'Ok... vamos então?'
'Vamos? Onde? Ah sim! O autocarro! Vamos vamos!'
Que porcaria. Porque é que ele se tinha que enrolar com as palavras neste momento? Era muito inopurtuno atrapalhar-se agora. Mas ia dizer.
'Olha... posso dizer-te uma coisa?'
'Claro que me podes dizer uma coisa.'
'Hmm... Ok, e não ficas chateada?'
'Chateada? Porque havia de ficar chateada?'
'Sei lá. Olha tens módulos?'
'Não estás assim para me falares de módulos pois não?'
'Não? Pois não... Bem, é que... hmm espera. Deixa-me decidir por onde começar...'
Ela sorria. Achava piada. Deu-lhe a mão.
'Isto facilita as coisas?'
Agora sim, ele estava mesmo atrapalhado.
'Hein? Facilita o quê? Sim... Bem...'
'Gosto de ti...'
'Eu também gosto de ti.'
'Mas... eu gosto mais, percebes?'
'Sei lá! Acho que sim...'
'Hmm... A minha mão...'
Sem o deixar acabar a frase ela dá-lhe um beijo e sorriu.
'Hmm. bem. Uau... De que te ris?'
'Devias ter visto a tua cara. Não te podes atrapalhar tanto...' Continuava a sorrir.
'Ah pois... Isto custa sabes (estava mais "leve") mas isto quer dizer que namoras comigo?'
'Sim, claro!'
O autocarro aproximava-se.
'Vemo-nos amanhã... Ainda queres os módulos?'
'Porque havia de querer módulos? Não vou de autocarro.'
'Então vemo-nos amanhã' disse ela despedindo-se com um beijo.
'Claro. Até amanhã.'
E muito mais feliz agora, subiu a rua para ir para casa.

Meus amigos. A desculpa dos módulos é de génio... Ok. Mas até é bem mandada. De resto, digam sempre o que lhes vai na cabeça! Pode ser que ganhe, alguma coisa com isso, nomeadamente porrada como eu. Mas ele ganhou uma paixão... E por pouco ganhava módulos.

VC

PS: Por um lado é um post sério, mas também tem as suas palhaçadas. Claro, se repararem, mesmo nas situações mais sérias há sempre qualquer coisa engraçada. Como a cara de uma mulher ater um ataque numa paragem. Embora me tenha retido 40 minutos logo num dia em que não podia atrasar-me. Mas a cara da mulher era gira. Espero que esteja bem, ou pelo menos bem enterrada.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

50-Colombo

Vou postar uma conversa inspirada numa das únicas pessoas que ainda sabe dizer coisas com sentido neste mundo.

A cena passa-se num autocarro 50 para o Colombo e vou eu sentado de frente e de caras para mim vai Mauro (yaa...).

Vitor: Quantas paragens faltam?
Mauro: Tenho cara de guia ad Carris?
V: Não. Mas como conheces tudo o que há para conhecer, um gajo pergunta sempre.
M: Sim sim... E o facto de ir um careca lá fora não influencia a tua opinião?
V: Um careca? Que raio? Nós odiamos carecas! É parecido com o Dinis?
M: Man... Todos os carecas se parecem com o Dinis. O Dinis fez os carecas parecerem ridiculos.
V: Ya parece um bocado. Mas pá... tem barba. O Dinis não... Este ser, vá lá, merece uma morte rápida.
M: X... Xuxa!

(longa pausa)

M: Pá... Se não gostares do cd de Tool sabes que te mato.
V: Pá... sabes que eu gosto de tudo. Mas também se não gostares do Memento, a probabilidade de eu te enterrar vivo sobe em flecha.
M: Sim.. Isso e o preto cocho.

(Neste momento o autocarro para na paragem da rotunda do relógio e um monte de jovens, parecendo e provavelmente sendo, uma turma, entram)

V: Foda-se... Faltava agora esta.
M: O doce sabor da ignorancia em massa.
V: Às vezes goto se estar aparte da moda.
M: Ya... Se eu usasse a mesma roupa que tu não era diferetne de ti. O que era mau.
V: Não quero saber o que pensas.
M: Ok...

(alguém rebenta uma bombinha com cheiro a vómito)

V: Xii que cómico. Só mereciam ficar debaixo de um tractor.

(as pessoas saiem daquele sitio e uma rapariga tropeça e quase cai com as mamas descomunais na minha cara. Seria bom se aquilo não fosse um autentico wookie dentro de um autocarro)

Rapariga das mamas grandes: Desculpa!
V: Sai! (tom cinico a imitar a aguda voz do ser) Vai conviver com os pré-fabricados com quem entraste!
RMG: Ok desculpa.

(a rapariga abre a janela do lado de Mauro)

RMG: Cuidado com a cabeça.
M: Se levares as esses aparelhos que ai tens bem posso dormir descansado.

(ela ofende-se e assim ficamos a olhar pela janela. o autocarro para no Colombo, nós saimos e acaba a merda)

Claro que nem tudo é verdade, mas havia mesmo uma mamalhuda a tentar assassinar-me em plenos 50. De resto, eu escrevo outro pois de facto, só o grade Desentupidor entente este.

VC

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Dia dos Namorados

Ora, como não podia deixar de ser, cá estou eu para vos encher a cabeça de pensamentos bonitos. Hoje é "Dia dos Namorados" e por isso, aqui o homem-sem-nada-para-fazer (na verdade não sou um homem. Sou mais uma alforreca) lá teve a ideia de pôr um texto a ver com o assunto. Claro que no fim, quando o reler reparo que nada tem a ver, mas isso, são promenores. Mas bem, aqui vai.

Um rapaz, vestido de negro e com um cigarro na mão esquerda estava sentado num banco de jardim. Fumava tranquilamente o sexto cigarro do dia e eram apenas onze da manhã. Atrás dos óculos escuros estavam olhos azuis, que em nada condiziam com o preto que ele tinha vestido. Talvez por isso usar óculos escuros. O rapaz tinha 16 anos, aquela a que os velhos gostam de chamar "idade de ouro". Muitas vezes ele pensava sobre essa definição, e por muitos bons momentos que passasse, nunca pensaria chamar "idade de ouro" aos anos que passavam. Mas claro, havia que os viver, só depois os julgar. A verdade é que não pensava muito nisso. Em boa verdade, ele não pensava muito em coisas que não valessem a pena. Não que fosse burro ou assim, apenas não achava sentido em pensar em algo que não pudesse mudar. O cigarro acabara. Tirou o maço do bolso e tirou outro cigarro. Acendeu-o e levou-o à boca. Olhou em volta e pela primeira vez, nos quinze minutos que ali estava, reparou em algo. Casais, casais por todo o lado, passeavam no jardim. Claro que de vez em quando ia para ali um casal ou dois, até porque os jardins têm esse particular, toda a história do romancismo, mas não falo de um ou dois, mas sim de dez ounze. Havia sorrisos, alegria, brilho naquele jardim. Ele destacava-se no meio desse brilhos. Focos brancos passando lentamente pelo fumo do cigarro de um borrão preto. Ele destacava-se, mas isso era bom? Afinal ele estava sózinho no dia em que parecia que toda a gente decidira arranjar um companheiro. 'Bem, não me sinto diferente assim'. Levantou-se para se ir embora daquilo tudo. Ao levantar-se, e como que automático, dois casais sentaram-se no dito banco. 'Que raio?' pensou ele. Algo de estranho se passa aqui. O rapaz nunca gostara muito de intimidades, embora soubesse gostar de pessoas. Simplesmente não gostava muito do conceito de sociedade. Muita gente junta esforçando-se por intressarem-se pelas mesmas coisas, pelas mesmas musicas e pela mesma moda. Ele gostava muito do que era dele. A sua roupa preta, o seu maço de cigarros o seu amigo e a sua amiga. E claro, a pessoa que lhe parecia fazer falta naquele momento. Faltava-lhe ela, que devia estar com o "outro". Muitas vezes via-os agarrados como cola. Ela cumprimentava-o e ele de passagem dava um sorriso. Era embaraçoso. Não poder gostar dela como quereria por medo de ofender alguém. Talvez por isso ele gostasse do deu mundinho e de poucas confusões. Um dia quem asabe. ela gostasse dele, mas até ai contentava-se com os seus cigarrinhos. Tudo bem que alguns o chamassem de "ridiculo" e "sózinho" mas também, a importancia que ele dava a isso era tão pequena que quase nem reparava. Contudo, naquele dia, parecia que se importava com qualquer coisa. Era estranho, sentir-se diferente. Nunca se deixara influenciar pelos outros, mas toda aquela felicidade parecia faze-lo sentir-se pequeno. Que se passava? Continuou a andar pelo jardim até que num banco igual ao que ele estivera, estava uma rapariga sentada. Vestia-se de negro e fumava um cigarro. Estava muito calma, sentada sózinha no banco, com muitos casais à volta, de pé. Para quê? Começava a pensar que metia nojo, ser-se um pouco diferente. Até parecia mau ter-se personalidade. Mas mais uma vez, não ligava. Sentou-se no banco. Ao lado dela. Queria meter conversa mas não lhe vinha nada. Olhou para ela. Uau, era linda. Mesmo linda. Não tinha maquilhagem da moda, nem unhas da moda, nem acessórios da moda. Olhou mais uma vez para ela e o seu coração saltara. Ela olhava-o de volta. Incrivel, uma pessoa igual a ele, com a diferença de ser uma rapariga.
'Tenho estado à tua espera sabes?' Disse ela descontraida.
'Minha?' Respondeu ele confuso.
'Sim, à coisa de uns anitos. Porque demoraste tanto?'
'Não sei, andei perdido, tanto tempo neste jardim e nunca reparei neste banco. Só sai por causa do pessoal que ali está... Bem, tive sorte em sair dali?'
'Sim... quer dizer, encontraste-me.'
'E agora? Que fazemos?'
'Queres ir dar uma volta pelo jardim?'
'Claro...'
'Já agora, que dia é hoje?'
'14, acho eu.'
'Obrgiada.'

Andaram e andaram pelo jardim e ao fim do dia despediram-se com um beijo, coisa para cinco minutos. Ele estava feliz. As roupas pretas que le definiam uma personalidade, condiziam com a noite. Já lá não havia ninguém e eles ficaram com vontade de lá ficar a noite toda. Era à noite que eles pertenciam. Mas não podiam, desta vez pelo menos. Havia dias e dia à espera deles.
'Amanhã aqui? No banco?' Perguntou ele sem vontade de ir embora.
'Em qual?'
'No meu. Já fui ao teu.' Disse sorrindo.
'Ok, até amanhã.'
'Adeus.'

E foi um post para os namorados. Feliz dia dos namorados para vocês, embora como diria o meu fofinho Mauro, este dia não seja diferente dos outros. Apenas tem um nome. De qualquer maneira sejam felizes e obrigado por lerem.

VC

PS: Insipirado?

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

O Filme que não precisou de palavras

Hoje, vou fazer uma coisa que não costumo fazer muito, que é escrever sobre um filme. Hoje fui ver o filme novo do Ang Lee. Não é um realizador que eu siga, mas Brokeback Mountain deu-lh tantos pontos na minha consideração que não sei onde o por na minha tabela. Das poucas vezes que sai de uma sala de cinema sem saber mesmo o que dizer. A única palavra que me vem à cabeça e "lindo", mas não me parece que dignifique o filme. Não como ele merece.

O filme em si, é até muito simpes da maneira como está filmado. Não há muita musica, e quando há nunca tem supremacia no sentimento de "estarmos lá". As actuações são de facto, perfeitas no sentido de não terem qualquer falha. Jake Gyllenhaal nunca fez um mau papel, pelo menos que tenha visto. E tem um curriculo muito bom para alguém da sua idade. Neste filme ele é romantico, agressivo, carregado e ao mesmo tempo é uma explosão de actor. Faz sem duvida, para mim, o papel da vida dele. Quanto a Heath Ledger, não sou um grande seguidor da sua carreira até agora, mas sei os filmes que fez, e se não acreditava nele nunca esperaria o que vi hoje. De certo modo, Heath Ledger tem aqui talvez o melhor papel alguma vez intrepertado por alguém perto da sua idade. Claro que há colossos com 50 anos e com expriencia sufuciente para fazer um grande papel, mas Heath Ledger tem pouco mais que 25 e faz aqui um papel quase desumanho. Não diria que Ledger faz o filme, porque Gyllenhaal é também muito bom e a montanha tem um papel vital no filme, o das paisagens que cortam a respiração. As montanhas fazem o fundo perfeito. Heath Ledger, e para não estar a bater sempre no mesmo assunto, faz um dos melhores 5 papeis de sempre, que eu já tenha visto claro.

Quanto ao tema, já muitos conhecem bem a história dos cowboys gays e tudo isso. Conhecem-se e trabalham juntos na Brokeback Mountain como pastores e apaixonam-se. Quando se separa, seguem vidas diferentes. Casam e têm flhos. Até que se voltam a encontrar. O resto não revelo mais. Claro que está tudo muito abreviado. Mas é o essencial. As intrepertações como já disse são perfeitas em tudo. A realização (e não sou fã de Ang Lee) é imaculada. É mesmo muito boa. A banda sonora está sempre no seu lugar e bem enquadrada no filme. Não há muitas falhas. Mas digo-vos, se forem ver, digo-vos que a "cena do roupeiro" (para não revelar nada, mas se virem percebem) é simplesmente a melhor cena de drama que já vi até hoje. Apenas prova que o filme simplesmente, não precisa de palavras. Até porque se fala pouco.

Não vou dizer muito mais, apenas que vão ver. Não são nada sem este filme. Nunca houve um filme que me fizesse sair de uma sala de cinema no estado que este deixou. De rastos.

VC

PS: Os olhos de Heath Ledger são a maior fonte expressiva do filme. É o papel perfeito mesmo.

sábado, fevereiro 11, 2006

O Carro na Vala

E aqui está o segundo post do dia. Para compensar o post anterior que admito, é algo bizarro e cruel, aqui está um que retrata uma situação até comum. Acidentes de carro.
Ora aqui vai.

Um casal vai num carro pela auto-estrada. Ele vai a conduzir e ela vai no banco de passageiro a olhar pela janela. Vão com pressa mas ele tenta não passar dos limites da velocidade.
'Não te queres despachar? Vamos chegar tarde.' diz ela já algo impanciente.
'Não posso andar mais rápido que isto.'
'Não podes, não podes. Sempre com a mania da lei. Vá lá despacha-te com isso. Não há policias neste canto remoto no meio do nada.'
'Ok ok... '
Ele acelera e começam a andar mais rapido. À sua frente vai um camião TIRe ele, para o ultrapassar anda ainda mais rápido pela segunda vie em contra-mão. Nisto aparece um carro de frente a eles, ele tenta travar mas já não consegue impedir. Por pouco não batem, mas o carro vai para uma vala.
'Muito bem... muito bonito mesmo. Vê o que fizeste!' diz ela já quase a gritar e toda despenteada.
'Eu? Tu é que me vinhas a chatear para ir mais rápido e mais rápido! Eu disse que era melhor não, mas vossa Excelencia tem sempre razão.'
'Cala-te! Já fizeste mal que chegue.'
'Bem... pelo menos já não vamos atrasados...'
'Este, não e de certeza o melhor momento para piadas parvas.' Vou telefonar ao reboque.'
'Sim, força. Eu vou lá fora ver como isto ficou.' Ele abre a porta e sai com dificuldade. Ela fica dentro do carro a telefonar. Ele olha para o carro. Ao ver a situação começa apensar no dinheiro na sua conta para um novo, porque aquele já era. Nisto ,ela grita.
'Não tenho rede aqui! Ajuda-me a sair!'Ele vai ter com ela e puxa-a para fora do carro.
'Bem, nada a fazer. Já tentei telefonar para o reboque sete vezes. É melhor pôrmo-nos ao caminho.' Diz ela passado algu tempo.
'Bem, o lado positivo...'
'Que lado positivo??'
'Eu também não gosto da tua prima, o casamento dela com aquele homem-palito não é algo que me suscite intresse.' Diz ele despreocupado.
Não sejas parvo. Se não te despistasses não estávamos agora aqui nesta porcaria de sitio.'
'Acho que estariamos num pior... mas ok. São pontos de vista.'
'Não sei porque ando contigo senhor-sarcasmo.'
'Ah, mas gostas de mim não gostas?'
'Neste momento nem por isso.'
'Ah, sabes que sim. E se parássemos de discutir por coisinhas minimas como esta? Vamos lá mas é a uma bomba de gasolina.'
'Não sei porque ainda t ouço. Mas vamos lá.'
Ele põe o braço no ombro dela, e lá vão a andar pela berma da estrada juntos e felizes por estarem juntos. O carro ficou na vala.

Bem, devo dizer que fui altamente pressionado para pôr um final feliz aqui, mas uma pessoa tem que fazer as vontades. Um final feliz para a Joana. Lol

GA

VC

"Castigo"

Este post que se segue tem a explicação de Quentin Tarantino ter entrado no meu corpo e escrever esta pequena história. Por isso, pessoas sensíveis, podeis saltar este post.

A sala era escura. Não se via nada exepto uma sombra um pouco mais clara que as outras da sala. As paredes eras de tijolo velho, a cair aos bocados. Havia ratos, podia-se ouvir os ruidos. Havia algo mais que ratos. Havia uma respiração pesada, gemidos de dor e tentativas de fugir. Os sons vinham da sombra mais calra. Pela pequena janela de grades podia ver-se um homem sentado numa cadeira. Estava nu e amarrado pelos pés e pelos braços. Estava suado e os cabelos imundos tapavam-lhe a cara. Por mais que se tentasse soltar, nunca conseguia. Um barulho captou a sua atenção. Não eram ratos, pois o barulho dos ratos ele já conhecia. Os seus pés estavam gastos e em carne viva de tanto os ratos o tentarem comer por ali. Este era um barulho diferetne. Olhou para o nada, tudo estava escuro. Não via nada. Soltou um fraco 'Quem está ai?' que não tece resposta. Então a luz invadiu o quarto. Uma porta abria-se e os seus olhos, habituados à escuridão pareciam queimar nas órbitas. Entrou uma pessoa alta e robusta. Estava tapado por um manto apenas e tinha cabelos brancos e grandes a taparem grande parte da cara. Era nitidamente velho e tinha olhos azuis. Sorriu sem fazer um único som. Dos poucos dentes que tinha, ainda menos estavam em bom estado. Um fio de baba escorria pelo canto da boca ao ver o homem amarrado. O homem amarrado estava de costas e por muito que tentasse ver o velho não conseguia.
'Come se chama?' perguntou o velho.
'Luis... faz-me essa pergunta de cada vez que aqui vem. Há quanto tempo estou aqui? E porque insiste em manter-me aqui fechado?' Havia muito medo na sua voz.
'Ora ora ora. Pergunto-lhe o seu nome cada vez que aqui venho pela mesma razão que você me pergunta isso de cada vez que apareço. Desperta emoções. Adrenalina sabe? Está aqui à já 3 anos e mantenho-o aqui para poder continuar o meu trabalho.'
'Você... você não vai... por favor... não volte a fazer...'
'Não torne isto mais dificil para si. Para mim é divertido mas duvido que você goste. Não lute.'
'Mas porquê eu? Poerque... não faça mais... aquilo...' Estava a tremer cada mais...
'Se não fizesse isso, nunca me divertia não acha?'
'Mas porquê eu? Porque é que não me deixa ir...?'
'Porque não você? Por haveria de o deixar ir? Não e melhor que os outros.'
'Não... mas então eles merecem castigo como eu não?'
'Hahaha! Sim claro Luis, mas quem te diz que não têm? Quem te diz que nesta sala eu não mantenho o resto das pessoas noutras salas? Como a tua? Achas que és especial? Não és, mas o resto da tua vida será para pensares na tua existencia e para te questionares do que se passa fora desta sala. Agora, chega de merdas. Vamos ao que intressa.'
'NÃO! Por favor... não quero...' Estava a chorar.
'Não me lembro de te perguntar nada.' E acendeu um cigarro que pôs na boca e começou a fumar. Tinha um ligeiro sorriso.
Pôs-se à frente do homem amarrado e agachou-se de modo a ficar mesmo frente a frente com ele. Pegou num pequeno canivete e espetou ao de leve na barriga do homem. Arrastou o canivete e o homem gritava. Um bocado da barriga do homem caiu. O velho pegou no bocado de carne e meteu-o no na boca. Mastigou-o na cara do homem e labeu o sangue da faca. Sorriu para a cara do homem e disse.
'Obrigado Luis. Agora não chores mais. Amanhã volto para o mais um bocadinho de diversão.'
O homem tentou falar mas não lhe saiu nada. Ao olhar para baixo via o que via sempre, a aumentar. Um buraco enorme na sua barriga coberto de sangue seco e um pouco de sangue humido da mais recente ferida. A luz iluminou a sua cara e as lágrimas corriam cada vez mais. Onde estava a sua vida? A sua mulher? A sua filha? Estariam à procura dele? Já haviam passado 3 anos. Onde estariam todos?

Passados 7 anos, o homem contnuava o seu ritual. Já havia chegado aos orgãos vitais, e querendo manter a vitima viva, passara para outras partes. Os braços e pernas já quanse haviam desaparecido. O homem abriu a porta e entrou. Pôs-se de frente ao homem amarrado e cortou-lhe mais um bocado da orelha. Da direita pois a esquerda já nem existia. O nariz já desaparecera também. Quase não tinha cara.
'Pronto Luis... Passaram dez anos. Vou deixar-te ir embora.'
'Quê? A sério?'
'Sim... vou te dar roupa, comida e dinheiro para teres uma vida. Desculpa o aspecto, mas isso já não posso recuperar. Não leves a mal Luis. Se te apanho mais uma vez como-te vivo.'

Minutos depois ele estava a sair da pequena cabana onde havia estado. 'Vou à policia, mas porque me deixou ele ir? O que se passa?' pensava enquanto andava o mais rápido que podia, o que era muitissimo lento, dado a sua fraqueza e o facto do seu corpo quase não existir. Viu a luz do dia, e quase cegou mas continuou a andar. Andou alguns dias sem encontrar ninguém. Foi comendo o que o velho lhe tinha dado. Ao chegar à cidade ficou incrédulo. Não havia ninguém... Apenas prédios e edificios velhos e sujos a cair. Papeis no chão. Parecia que tudo ardera. Contudo animais andavam ali. Como se a humanidade se tivesse extinguido... Não podia ser. Que pesadelo era aquele? Então viu um homem magríssimo. Como ele. Foram ter um com o outro.
'Ele? Ele apanhou-te?'
'Sim... Quem é ele?'
'Ele... é quem faz justiça. Ele equilibra tudo.'
'Estiveste lá quanto tempo?'
'10 anos como tu. Todos ficamos lá 10 anos.'
'Mas porquê...?'
'Porque merecemos... Merecemos aquilo que ele nos fez. É "o castigo"'

Bem, talvez não seja muito Tarantino mas tem o seu bocadinho.
Em principio, ainda hoje escrevou outro mais "comum". Para o pessoal que não gosta deste tipo de posts. Lol por isso ficar bem.

VC

Carta de Despedida

É hoje o dia meu amor.
Tenho que partir. Não chores mais por mim, eu não quero!
Quero-te ver a sorrir, como sempre te vi, com esse teu sorriso perfeito, que me acalma a alma..
Ri-te para mim! Deixa-me olhar só mais uma vez para o teu sorriso.
Sabes, agora que deixei o meu corpo, posso viver tudo aquilo que desejo..mas já não estou contigo, meu amor.
É dificil, olhar para ti, e falar contigo e tu não me veres, e não me responderes..
Mas, ao menos, estou junto a ti.. quando fores ver as estrelas para o nosso lugarzinho, lembra-te de mim!
Lembra-te dos sonhos que pensámos juntos, lembra-te das palavras e dos sorrisos um ao outro..lembra-te de mim!
Olha para a estrela mais bonita que encontrares, e lembra-te do meu rosto.
Tenho pena de não voltar a dizer-te o quanto te adoro, e o quanto me fizeste feliz.
Mas digo-o agora.
Foste a pessoa mais linda, e maravilhosa com quem gostei de estar, fazias-me rir como ninguem, e as tuas palavras doces, bem como o teu sorriso, acalmavam-me. Adorei os nossos momentos, em que o silêncio reinava, afinal, já não havia palavras..talvez, nesses momentos deveria ter dito isto tudo, mas sabes bem meu amor, que a coragem nunca foi o meu forte.
Mas agora digo-te tudo o que a coragem me cortou no coração, tudo o que a coragem não me deixou te dizer..

Agora, digo-te que foste importante para mim..
Mas de que vale dizer-te isto agora? São meras palavas que a minha boca morta grita, e tu já não podes fazer nada..!

Mas amor, eu Amo-te. Mesmo que agora não te diga nada, mesmo que esta carta já não tenha sentido para ti, mas eu Amo-te.
Amo-te como nunca amei ninguem, e protejo-te pelos meus olhos, que cada passo que dás, deixam cair uma lágrima.

És lindo meu amor, e agora do que vale?

Eu já parti, amor, e já não voltarei.
Sê feliz.


Càtia Rodrigues. GA

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Escrever

Para segundo post do dia queria escrever um pequeno texto sobre "escrever". Não digo "como escrever" porque não sou nenhum professor, e acredito que cada um escreve o que quer, como quer quando quer. Uns escrevem o que sentem, outros o que acham, outros escrevem por escrever, outros transcrevem e até há uns que copiam. Isso, depende da personalidade de cada um. Quem escreve o que sente é sentimentalista, quem escreve o que acha é alguém que tem algo a dizer e quem copia é um grande estupido sem nada para fazer na vida do que copiar as coisas dos outros, o que para mim é nojento. Depois deste aparte fundamentado e de raivinha (lol) vou ao texto.

Eu escrevo insiprando-me principalmente em filmes ou musicas. Mais filmes. E muitas vezes, em pessoas que conheço, como tem sido ultimamente. Não te pedi a foto sem mais nem menos. LOL. Há outras pessoas que se inspiram em textos alheios, o que ainda se aceitas, mas na minha opinião é abusar um bocado das ideias dos outros. Uma paisagem, ninguém inventou por isso é algo que sim, é uma grande inspiração. Uma musica ou um filme são como textos, mas são coisas que nunca poderemos copiar. Apenas inspirarmo-nos. Mas textos, é ir usar a imaginação que não é nossa, e isso é muito mau. Eu quando não tenho ideias, escrevo merda ou não escrevo sequer.

Depois há o facto de algumas pessoas dizerem que "não sabem escrever". Não há maior estupidez. Joana, se te atrevesses a escrever, ias ver que tens um estilo único, porque todos temos exepto os plagiadores. E eu seria sempre o primeiro a ler. Por isso, tenta pelo menos. Não pode ser mau, porque não há textos maus. Por isso. Força.

Também tenho que referir as pessoas com quem posso ter a felicidade de partilhar o blog. O Paperbag e a Egocentrica, claro são únicos e inimitáveis. Ou não os teria convidado. Atrevo-me a dizer que eles são as jóias do blog, por assim dizer. Claro que já tinha lido tudo o que escreviam nos blogs deles, porque são os maiores. O Diogo ainda só escreveu uma vez, e acho que até agora percebe-se que também não o convidei à toa não é? E a pessoa mais importante daqui para mim, a Cátia.`Vi os textos dela no sitio (não publicito nada) onde ela costumava escrever e gostei muito. Alguns era só transcritos, outros eram dela, e outros eram para mim. Eram os melhores. lol.E convidei. Foi a primeira. Depois, aqui o je orgulha-se de ter uns vipes de alguma imaginação. Não me acho facilmente inspiravel, mas quando me inspiro, acho que sempre escrevo quaquer coisa de jeito. Claro que sou modesto e os autografos são 50centimos cada.

Foi um post algo esquesito, mas deu para realçar.

VC

Fico à espera Joana ;) quero um texto teu.

Homenagem a alguém imaginário

Andava pelo Parque das Nações, na poste de madeira que rasa o Tejo. Levava o livro do Woody Allen numa mão. Woody Allen é dos poucos autores que me faz pensar à minha maneira. No bolso tinha 10 euros para jantar e no outro o mp3, e o fones nos ouvidos. Ouvia "Wilder Wein" dos Rammstein, musica que sempre adorei, da minha banda preferida. Não pensava em nada, apenas via os teleféricos por cima de mim e o Sol quase a pôr-se. Eram as férias de Verão e não havia pressões, não havia escola, não havia nada que me fizesse nao gostar de estar ali. O Sol não estava muito forte, o que dava uma sensação de ser um dia perfeito. Não havia ninguém ali, daquele lado do Parque. Estavam todos juntos ao écran gigante para ver o Portugal-Inglaterra do Euro. Era por isso que ali esta também. Os meus amigos haviam ido primeiro para ver as exposições, e eu andava ali, sózinho na ponte de madeira. Ouvia algumas pessoas a cantar de fundo o nome de Portugal, mas ouvia mais o barulho dos meus ténis a baterem no chão. Tinha algum calor, a t-shirt colada às costas por causa do suor, mas nem me sentia desconfortável. Andava ali sózinho. Sentei-me num banco a olhar para o rio, consequencia de gostar de alguém tanto a ponto de não tirar da cabeça. Sentei-me sózinho. Abri o livro e comecei a ler. Acabara de ler a primeira página, quando ouço um soluço. Ao pé do parapeito havia uma rapariga a chorar. Tinha um cigarro na mão e fumava com a mão trémula. As lágrimas eram o único defeito na cara perfeita dela. A pintura preta dos olhos estava um bocado manchada. Tentei não ligar, embora tivesse o coração apertado. Continuei a ler. Ou a tentar pelo menos. Não consegui pois fui interrompido.
'Tens cigarros? Os meus acabaram.'
'Não.. Eu não fumo.'
'Ok. Obrigada.'
E voltou para o parapeito. Mais uma vez tentei ler, mas não consegui. Levantei-me e fui ver o rio do parapeito ao lado dela. Ia para falar com ela, mas foi ela que falou primeiro.
'O que achas disto? Do rio?'
'Deste? Feio, sujo e mal cheiroso, e no entanto, olhas para ele como se fosse uma coisa bonita.'
'Não olho para ele. Só aqui estou por estar.'
'Não digas isso. Ninguém está em nenhum sitio por estar.'
'Estava á espera de um amigo meu. Mas ele deve ter-se esquecido para ver o jogo. Conviniente não é? Não vais ver?'
'Vou. Mas ainda falta uma hora para começar. Até lá queria ver se leio isto.'
'Então lê.'
'Não.. Acho que vou ficar a falar contigo. Quer dizer, um livro pode dizer muito mas não responde como uma rapariga.'
'Os rapazes respondem também.'
Sorri e disse. 'Sim, respondemos. Mas não é a mesma coisa. Não me parece que fosse falar do Sol com um rapaz.'
'Eu sei, também tenho um namorado.'
'Também tens? O meu vem ter comigo daqui a uma hora.' Uma piada tão estupida como esta, não deiveria ser motivo de rir, mas pela primeira vez ela sorriu.
'Onde está ele? O teu namorado?'
'Não sei. Não me disse. Apenas me disse que vinha ter comigo para ir-mos ver o jogo.'
'Então, queres esperar?'
'Não te importas? Deves ter alguém à tua espera.'
'Ah, eu não tenho tanta sorte como tu no que toca a companhia, sabes. Tenho o trsite hábito de estragar tudo.'
'Não... Simplesmente ainda não descobriste uma pessoa que "estrague" tudo contigo.'
'É bom pensar assim. Talvez um dia encontre.'
'Talvez? Claro que encontras. Todos nós os encontramos. O amor está em saber se vemos essa pessoa ou não.'
'É uma boa teoria. Sabes, és a pessoa mais intressante que conheci em 8 minutos. Todas as outras apenas falam de merda, por assim dizer.'
'È? Sim, de facto as pessoas têm jeito para não falar umas com as outras.' Olhamo-nos durante 2 segundos e desviamos o olhar. Ela olha para o Rio, eu olho para o rapaz que se aproxima.
'Olá Rui. Vamos agora ver o jogo?' pergunta ela.
'Vamos. Tás bem?'
'Sim, encontrei alguém com quem falar. Bem tenho que ir. Gostei muito de falar contigo.'
'Adeus, também gostei de falar contigo.'
Eles afastam-se, e ela volta-se e volta.
'Queres um mail ou o meu número? É bom ter alguém para falar de vez em quando.'
'Não quero. Pessoas raras devem ser procuradas uma e outra vez. De certeza que nos vemos por ai. Se não nos virmos, então foi porque o destino nos guardou para outras pessoas.'
Ela sorriu, e foi embora.

Nunca mais a vi...

Este texto não é baseado em factos reais. A única coisa que fiz durante o Portugal-Inglaterra foi beber cerveja e ver o jogo. Fiquei rouco. lol. Mas acho que é bom pensar nestas coisas.
É sempre bom ter alguém em quem pensar, ainda que imaginário. Não é?
O titulo é giro.

VC

Eu teria gostada de qualquer coisa que escrevesses ;) mas tu e que sabes

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Parede Negra

Antes de me por com posts, só para dizer que o post anterior não significa propriamente que odeio toda a gente e isso. Foi inspirado no filme "A Ùltima Hora" de Spike Lee no melhor nomólogo que já vi em cinema, protagonizado por Edward Norton. Fica a nota.
Segundo, dizem que os textos são bons, o que agradeço, mas a partir de agora tentem imaginar as acções com uma musica de fundo que eu escrevo nos posts. A sério, eu ouço sempre uma musica quando escrevo. Se as ouvirem enquanto leêm e imaginam, vão ver como fica muito bem. Para além do facto de eu ver isto tudo como pequenos filmes. O que fica muito bem também, mas a imaginação pertence a cada um. Mas fica anotado o promenor da musica. Há uns dias que ando a imaginar o que deve ser uma guerra para quem a vive. Talvez seja fácil para nós que a vivemos pela televisão. Mas como é para os soldados que lá andam? Imaginem isto:

Um soldado, encostado de costas a uma parede com a arma nas mãos. Sai um fio de sangue por debaixo do capacete, mas agora não há tempo. Está a espera da confirmação de que pode avançar. Do outro lado da parede há uma troca de tiros. Tudo começara à cerca de 5 horas, de noite quando rompeu um motim na cidade e os soldados tiveram que intrevir. Acordara sobressaltado, mas certamente que aquilo o acordara. Esperava uma confiramação para poder avançar, mas a verdade é que ela podia muito bem já ter sido dada. Não esperava ouvir um grito de um companheiro no meio de tantos outros de soldados e civis feridos. O que ouvia eram lamentos e zumbidos dos tiros que passavam perto dele. À sua frente quatro outros soldados esperavam também por uma confirmação para avançarem. Uma granada de fumo rebentara ali perto. Fumo verde. O sinal? Talvez. Avançou e foi seguido pelos outros soldados. Um deles passou ao seu lado e despedaçou-se mesmo ao seu lado. Aterrorizado vê um inimigo carregar um lança-rockets. Podia ter sido ele a ficar sem cabeça. Não há tempo para parar. O companheiro está morto. Mais que morto, está despedaçado. Sente pontpear um bocado de um braço mas o nojo é interrompido por pânico. Nos treinos militares ninguém lhe ensinou aquilo. Encontra uma mesa e corre para se abrigar. Tem tempo de ver um inimigo disparar contra o braço dele. Acerta de raspão, o que não impede que ele largue a arma. Com a outra mão pega na metrelhadora e dispara. Tem sorte. O tiro acerta na traqueia e fura a garganta ao soldado. Esconde-se atrás da mesa. Vê o soldado a controcer-se com as mão no pescoço e a vomitar sangue. Já não se safa. O único pensamento que lhe passa pela cabeça é 'Antes ele que eu'. O mais rápido que pode, monta a arma e começa a disparar. Acerta onde acertar, não intressa. Matar é o objectivo mas feirir já não é mau. Dispara contra a cabeça de um. Morto. Um pé ferido. Volta a apontar e o tiro no coração do iniigo sentencia a sua sorte. Vários outros são mortos. Mas também vê os seus companheiros a gritarem cobertos de sangue. Ganharam aquilo, mas que lhes custou? Muitas vidas... Por um motim. Não pode deixar de chorar ao ver aquilo. Mas ainad esboça um sorriso. Ganharam, e ele estava vivo. Mas... algo não estava bem. Ao seu lado, um dos seus companheiros levantava-se e corria para a frente. O sorriso apagou-se. 'Levanta-te! Temos mais duas salas para controlar!' O sorriso desaparecia. Mais guerra?
Aquilo não chegava? A vez de muitos tinha chegado... A vez dele chegava também? Levantou-se e avançou. Viu uma parece negra com manchas vermelhas e ouviu tiros e gitos do outro lado.

Encostou-se à parede, de costas com a arma a tremer nas mãos... à espera do sinal para avançar.

Musica: A inevitável "Feuer Frei" dos Rammstein embora também goste do Stein un Stein. Força. Imaginem.

VC

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Estado de Espirito

Foda-se o mundo. Foda-se este lugar e as pessoas que aqui estão. Fodam-se todos os que me rodeiam. Fodam-se as classes sociais e as vitimas das mesmas. Fodam-se os pobres e os ricos. Os pobres e os miseráveis. Os putos cobertos de merda e moscas. Foda-se a fome. Morram, poupem o vosso sofrimento e o meu tempo. Fodam-se os ricos e milionários. Fodam-se se os ganaciosos em quartos cheios de putas e fodam-se os generosos sempre a pedir mais e mais para causas que nem eles percebem. Fodam-se as causas e os objectivos. São maneira de passar o tempo. Quando se tem um objectivo a verdade é que não descansamos enquanto não o cumprirmos. E para quê? Vivemos mais por isso? Um rapaz estuda sem parar, à espera da vida, e vai a passar a passadeira com o diploma na mão e é atropleado por um ladrão em fuga. Fodam-se os ladrões, eu não gasto o meu dinheiro para vocês roubarem cabrões.

Fodam-se os amigos. Verdadeiros e falsos, bons e maus. Fodam-se todos. Distribuam sorrisos noutro lado porque neste o minimo que levam é uma moedinha. Moedinha é o que muitos "amigos" querem. Fodam-se eles. Fodam-se os melhores amigos e as palavras falsas sem sentido. Fodam-se as frases reconfortantes. Ilusões tenho eu muitas, não quero mais. Fodam-se as coisas sem significados que no fim nunca se mostram. Fodam-se as amigas e os abraços estupidos. Querem o quê? Vão abraçar os paizinhos. Fodam-se as pitas e os caprichos delas, fodam-se as palavras abreviadas e as musicas de merda que ouvem. Fodam-se as roupas caras que usam e tiram mal apareça um "gajo bom". Fodam-se as fodas à hora de almoço e fodam-se os apalpões sujos nos bancos de trás dos carros à noite. "Mãe, vou dormir a casa de não sei quem." Sim, sim. Não se esqueçam de usar preservativo, porque os vossos "serões" trazem membros indesejáveis à familia que nunca são vocês que sustém. Fodam-se as putas a foder a torto e a direito pelos cantos da escola. Fodam-se os broches apressados delas e os fios dentais para meio bando de rebarbados baterem uma em casa a pensar. Fodam-se esses gajos e as palavras amorosas deles. Uma declaração por uma tesão. Bom negócio, aproveitem, porque há aqueles que não pedem licença. Fodam-se as gajas grávidas de 15 anos que andam por ai. Com sorte um tiro de um ladrão apanhado desprevenido resolve o problema. Fodam-se os gajos a baterem uma e a ver pornografia sem som, com medo que os pais dem por isso. Fodam-se as gajas molhadas que querem e dizem que não. Vibradores resolvem isso. Foda-se o amor. Hoje em dia o amor é um gajo a saltar em cima de um cú. Se isso é amor... Bom proveito. Fodam-se os casais que se comem todos e dizem que se amam. Fodam-se, mas não na escola onde eu os possa ver, bando de desesperados. E fodam-se as putas na escola, sempre a ver se sacam mais algum dinheiro, com as mesmas roupas todos os dias e o cheiro de 20 gajos. Façam o que quiserem, vendam o cú mas lavem-se. Senão fica mal andarem assim. Fodam-se as pastilhas mal cheirosas nas bocas e as botas. Fodam se as mini-saias e as meia de renda. Não tenho que ver isso pois não?

Foda-se a escola e as merdas que lá dizem. Fodam-se os testes de merda que ocupam o tempo a toda a gente. O meu objectivo de vida não é saber qual o tamanho que Louis II usava de peruca. Foda-se o programa de matéria da Ministra da Educação. Ela decide o que eu quero aprender? Ela que vá aprender a meter-se na vida dela, que deve ser demasiado chata para ainda não ser noticia no 24Horas. Fodam-se os media. Foda-se o Castelo Branco e o Frota sempre a enrabarem-se na TV. Parabéns, fazem-me querer estar morto. Para que comprei uma TV se só lá vejo merda?
Fodam-se os jogos de futebol, e as "emoções fortes" deles. Peguem nos salários milionários que recebem e calem-se. Se aquilo move multidões então só prova que as pessoas só se intressam pela "merda". E fodam-se as pessoas, sempre a olharem para mim e a avaliarem-me como se fossem melhores que eu. Fodam-se e morram. Façam esse favor e eu tenho o cuidado de não os pisar. Fodam-se as festas delas e as prioridades egoistas que arranjam. Foda-se o divertimento deles e os sorrisos parvos que me metem nojo. Fodam-se todos! Foda-se esse conceito de amizade e apoio. Esse não é o meu conceito. Fodam-se os conceitos inventados por cada um. Os conceitos "universais" não existem. Um "grupo de amigas" é só um bando de putas à procura do melhor gajo para foder. Um grupo de gajos é um bando de alarves à procura da mais ingénua para comer. E o melhor é que elas acreditam nas palavras. As bocas fazem mais do que dizer coisas bonitas... E muitas delas lá sabem melhor que nós...

Fodam-se os filmes de 300 milhões de euros e fodam-se ainda mais os parvos que os vêm. Vejam antes filmes porno. Mais baratos e divertem-se na mesma. Fodam-se as gajas de quem gostamos. Pensam que não nos apaixonamos, que são só elas, mas talvez nos apaixonemos mais que elas. Fodam-se as feministas e a mania de que não somos nada. Sim, quando querem mamar não sabem onde o ir buscar. Servimos para isso? Então bom proveito. Amem durante uns minutos. Os "cabrões egoistas" agradecem. E cabrões é a palavra certa. Mais de metade dos casos de infidelidade vêm de vocês minhas amigas. Por isso o melhor é calarem-se e ficarem no vosso lugar. Que geralmente é a reproduzirem. Querem igualdade dizem elas. Igualdade no quê? Até hoje apenas pediram superioridade, Por isso fodam-se as gajas. E os gajos que lerem isto não se riam. Fodam-se vocês também porque não são melhores. Ai estamos iguais, gajos e gajas.
Fodam-se os estatutos e as guerras que causam. Fodam-se os paises em Guerra Civil e os palhaços que vão lá "ajudar". É sempre uma boa maneira de ganhar dinheiro não é? Vão todos à merda.

Fodam-se vocês que lêm isto e fodo-me eu por perder o meu tempo para vocês terem algo para ler e dizerem se gostam ou não. Se gostarem, que se fodam. Se não gostarem, poder ir foder-se.

Fode-de tu, porque mentis-te e fodam-se os teus conceitos. Sfinal não és melhor que os outros, por muito que queiras parecer. Foda-se as tuas coisas. É mau não é? QUE SE FODA!

VC

Vários


I

Leva-me
Leva-me contigo, numa das tuas asas, que me aquecem o coração e a alma.
Leva-me até aquele mar distante, onde ninguém nos encontra.
Leva-me para um sítio onde sou só tu e eu.
Leva-me para onde quiseres!
Mas leva-me! Tira-me daqui!, Não suporto mais ouvir os ruídos deste mundo, que me afligem a cada passo que dou!
Já não suporto as pessoas, apenas tu meu amor.
Apenas a ti te suporto.
Não me deixes aqui sozinha, onde para mim tudo é estranho, tudo é cinzento demais, ou claro de mais. Não me deixes só!
Imploro-te. Leva-me contigo, ninguém precisa de saber..


Levas-me?


Leva-me para onde quiseres! Só quero um sitio, onde só haja eu e tu, e mais ninguém. Onde o céu é limpo e azul como neste mundo, mas aonde não existe pessoas.
Só tu e eu meu amor.



Amor, estás ai????



II

Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga
Deste causa á molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero, Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga.
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.


Inês de Castro, Canto III, estância 119, in “ Os Lusíadas “, Luís de Camões.



Cátia Rodrigues

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Fausto- Lembra-me um sonho lindo

Quer queiramos ou não, este blog tem tido uma pitada de romance, ora em grandes doses ou em doses mais escondidas. Para acompanhar os meus caros colegas blogáis (reparem como eu gosto de criar novas palavras para este mundo cibernético tão vasto), decidi mostrar-vos uma letra de uma música que conheci apenas ontem. É de um artista português chamado Fausto, mas não pensem que é Pop ou que é uma bela porcaria. É, na verdade, uma excelente música. se tiverem curiosidade é só pedir ao vosso caro amigo Paperbag_Writer, que possivelmente vai gozar com vocês e não mandar nada(é mentira, eu adoro-vos).


Fausto- Lembra-me um sonho lindo

Lembra-me um sonho lindo
quase acabado
lembra-me um céu aberto
outro fechado


Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira num peito um grito,
à desfilada

Canta rouxinol canta
não me dês penas,
cresce girassol cresce
entre açucenas

Afaga-me o corpo todo
se te pertenço,
rasga-me o vento ardendo
em fumos de incenso

Lembra-me um sonho lindo
quase acabado,
lembra-me um céu aberto
outro fechado

Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira num peito um grito,
à desfilada

Ai como eu te quero,
ai de madrugada,
ai alma da terra,
ai linda, assim deitada

Ai como eu te amo,
ai tão sossegada,
ai beijo-te o corpo,
ai seara, tão desejada

Quieto, Esperando o Final

Senão querem ler cenas que se arrependam, não leiam isto.

Há quanto tempo estou aqui? Não faço ideia. Não sei como aqui vim parar. Mas sinto-me bem aqui.

Não consigo mexer nenhum musculo do meu corpo. Nem pernas, nem braços. Será que ainda os tenho? Estarei mutilado? Não os sinto. Não consigo mexer o pescoço para tentar ver o que se passa á minha volta. Será que o meu corpo está aqui comigo? Claro que está. Eu apenas não o sinto. Apenas sinto a cara, mas não a posso mexer. Posso mexer a boca, mas estou demasiado dorido para sequer tentar. Sinto o sangue seco na cara, espesso o suficiente para saber que é muito. Tenho a consciencia que ninguém me vai encontrar vivo neste canto remoto. Mas por alguma razão, isso não me incomoda. Estou bem assim. Parado, a olhar para o céu de dia, para a Lua e para as estrelas de noite. É tudo mais simples quando sabemos o que esperar. Sei que não duro mais que uns dias, se é que duro mais que um dia, no entanto, durante este tempo pensei mais do que em toda a minha vida. Talvez Deus me tenha tirado os movimentos, a olhar para o céu de propósito. Para me aperceber que o mundo não anda rápido demais. Nós é que não paramos quietos. Não apreciamos nada. E quando morremos, velhos, dizemos "Oxalá houvesse mais tempo". O tempo nós temos. Não temos é paciencia. Agora que me sinto mergulhar no sangue de quem quer que tenha morrido neste sitio, não sei porquê mas sinto-me bem. Sinto-me bem porque finalmente acabaram-se os gritos de horror e os ruidos da guerra. Os arranhões e dentadas e tiros de quem me queria matar, e que a curto ou a longo prazo conseguiu. Vou morrer, mas vou descansado. Já ninguém me segue.

Não me mexo, não sinto nada. Apenas o sangue ainda quente de quem aqui morreu antes de mim a molhar-se o cabelo e a cara. Sinto-o a escorrer pelo meu exófago, a para no meu estomago, mas não sinto vontade de vomitar... Não quero vomitar. Quero morrer assim. Todos vivemos apenas por viver, mas neste últimos dias que estou aqui, vivi mais que em toda a minha vida. Olhei o Sol, olhei as estrelas e a lua. Senti a humidade lavar-me a cara de manhã. Os pássaros passaram por cima de mim. Não sei onde estão os meus amigos e companheiros, se mortos ou vivos. Mas quero pensar que estão como eu, quietos, a olhar para o céu, à espera do final. E o final... eu espero por ele. Eu só sentir a última sensação da minha vida. Fechar os olhos e dar um último suspiro carregado, cuspindo o sangue que ainda não saiu... Ele que venha, não o temo. Apenas quero dormir... Descansar...

Talvez algo pesado, talvez uma boa merda... Mas foi o que saiu... Dias de mais inspiração chegarão...

Obrigado,

VC

domingo, fevereiro 05, 2006

O Avanço da Humanidade


Se uns dizem que é avanço, eu classifico o percurso da Humanidade como evolução – negativa.
Qual a distância da irracionalidade que leva à renegação do Natural e Essencial?
Vivemos embrenhados numa teia de valores distorcidos, morais contraditórias e incoerentes que nos fazem ser tudo aquilo que não somos.
Contrariar o instinto é humano; contrariar o físico não sei o que será.
Esta necessidade de afastar o estado mais puro, de esconder por trás de máscaras e levar todos os outros a regerem-se pelos mesmos sentimentos impingidos, pré-fabricados torna-se um ciclo vicioso.
Não em jeito de pensamento misantrópico, mas apenas na procura da Razão aquela de que nos dizemos dotados, mas nem por isso estabelecemos como deveria ser – universal), questiono-me se não estaremos mais próximos da verdadeira racionalidade e essência (que não acredito haver para o Homem até deixarmos de viver nestes termos em que vivemos) quanto mais próximos da irracionalidade nos acharmos?
Cumprir o nosso papel é: nascer, crescer, reproduzir e morrer. Não é o de nos arrogar ao direito de submeter outras espécies, nem tão pouco a nossa. Não é nossa função criar uma sociedade – palavra de conotação tão pesada e tamanha complexidade – que vai contra o que de puro (e volto a frisar: verdadeiro) há em nós.
Esta obrigatoriedade de ser assim, este imperativo que nos leva a fazer tudo o que todos fazem, a não conseguir alterar o estado das coisas conduz ao cansaço. O cansaço permanente de ser humano.
Acabamos por sobreviver num meio em que as regras, afinal, foram impostas por nós, mas por nós também são questionadas.
Sobrevivo num meio que não é o meu.
Faço minhas as palavras de Manuel Cruz.

Eu Vim de Outra Esfera.
[Quadro de Margarida Cepêda, O Avanço da Humanidade, 2000]

O Mar


As ondas batiam nas rochas, e ela estava sentada á beira-mar.
As ondas rebentavam mesmo aos seus pés, e molhavam-lhe a roupa toda. Mas ela não se importava.
Ali, não queria saber de nada.
Ouvia apenas o mar. Acalmava-lhe aquele som, e ninguém percebia como é q ela gostava de estar ali sozinha.
Mas ela gostava.
Sentia-se calma, alí ninguém a chateava, e ela sentia-se bem.
Por uma vez na vida, ninguem a chateava! Quem lhe dera q fosse sempre assim. Mas não era.
O tempo nunca estava do seu lado, e muito menos a compreensao dos pais. Senti-a a falta dos amigos, e culpava-se por não ter tempo para eles. Sentia-se imcompreendida pelas pessoas que vivia diariamente, mas eles não percebiam.
Mas ali, junto ao mar, ninguem a chateava. Brincava com a areia. Não pensava em nada, não conseguia.
A praia era como um santuário, quem entrasse ali teria q ter respeito, pelo menos junto dela.
Aquele santuário era diferente, acalmava-lhe e ela nao precisava de adorar Deus nenhum. Era só ela e o Mar.

Apareceu então uma amiga. Sentou-se junto a ela e disse:
- ' Porque estás aqui sozinha? '
- ' Xiu.. '

E ela calou-se.

- ' Apetece-me estar aqui.'
- ' Porque não estás connosco ali? '
- ' Porque estou muito bem aqui. '
- ' Se quiseres fico aqui contigo. Queres? '
- ' Sabes ouvir o mar? '
- ' Sim.. acho que sim.. '
- ' Entao experimenta. Se não souberes ouvir, entao não vale a pena estares aqui..'
- ' Ok.. '

O som era forte, mas calmo..

- ' Estás a ouvir? '
- ' É impossivel não ouvir..é tão forte..'
- ' É possivel sim. Antigamente, vinha á praia e não ouvia o mar. Não lhe prestava atenção. Não ouvia o que ele me tinha para dizer.. E agora, já lhe presto toda a atenção do mundo.'
- ' Posso fechar os olhos? '
- ' Desde que o oiças.. Podes. '

Fecharam as duas os olhos, e ouviram o mar..


Cátia Rodrigues

sábado, fevereiro 04, 2006

Imagine...

Uma rapariga abraçava o namorado com força. Tinha os olhos fechados. Eram como o canto sujo de uma sala. Tudo o que os rodeava, era um bairro maioritariamente de cimento, sem cor nem vida. Um drogado passava, arrastando-se, um mendigo sentado num banco de jardim estava cabisbaixo, enquanto uma mãe passava com os seus cinco filhos, sem marido. Era uma paisagem triste. Apenas havia um sinal de alguma felicidade, ao pé de um candeeiro que todas as noites ilumina o campo de futebol de pedra. Juntos a esse candeeiro, dois namorados abraçavam-se, ela com os olhos fechados, ele olhava para ela com um brilho nos olhos. Então, como se acordasse de um momento para o outro, ela abriu os olhos e reparou na triste vida que havia á sua volta.
'Não achas triste?'
'O quê?'
'Tudo... olha à tua volta. Parece que o mundo nos quer tirar a felicidade.'
'Pois parece... Mas isso não quer dizer que tire não é?'
'É? Não sei... Diz-se que a felicidade contagia, mas a tristeza também. Se reparares o mundo é triste. Nalgum lugar deve ter começado essa tristeza toda.'
'Mesmo assim, nós não temos que perder os nossos sentimentos por isso.'
'Tens razão... Sabes, quem me dera sair daqui.'
'Então... porque não sais?'
'Porquê? Quer dizer... Não posso ir-me embora assim do nada. Não teria sitio para viver nem nada.'
'Não me percebeste. Porque não sais deste mundo?'
'Do mundo? Como assim, sair do mundo?'
'Ah... Nunca quiseste voar?'
'Voar? Que raio de pergunta é essa? Não posso voar?'
'Claro que podes! Toda a gente pode fazer o que quiser. Basta querer.'
'Não te percebo.'
'Eu mostro-te. Fecha os olhos.'
'Ok'
'Concentra-te em nós. Só nós dois. Sem nada disto á nossa volta. Nem esta miséria toda, nem ninguém.'
'Ok..'
'Agora imagina o que mais gostares, á tua volta. Cria o teu mundo. Só teu, à tua volta.'
'Já está...'
'Abre os olhos...'
Ela abriu os olhos, e viu tudo o que ali não existia... Á sua volta, estavam campos verde infinitos, pássaros, borboletas. Não havia ninguém. Nem nenhum drogado... Nem nenhum mendigo. Não havia mais miséria, apenas um Sol imenso nem céu sem nuvens. E ela, estava a frente dela.
'Como é que isto é possivel?'
'É possivel, na tua cabeça... Ninguém no mundo imagina nada. Todos andam demasiado depressa para imaginarem... Eu quero imaginar contigo... É um mundo nosso. Nas nossas imaginações ninguém toca.'
'Tens razão... Vamos voar...'
E os pés de ambos, descolram do chão, e voaram. Ela nunca sorrira tanto.
'Amo-te...'
E beijaram-se, no ar. Onde ninguém os apanhava.
Muito longe desse mundo, dois namorados beijavam-se juntos a um candeeiro, olhados com inveja do mundo sem cor e banal. Rodeados de um bairro de cimento sem cor e de pessoas miseráveis, incapazes de imaginar numa vida melhor.

Este texto até se pode dizer verdade. O mundo já não imagina nada. As pessoas correm, e não pensam nas pessoas de que gostam. Imaginem... foi para isso que escrevi este texto.

VC

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

O Anjo da Guarda

Um rapaz está numa planicie de pedra cinzenta. Ele está a andar mas não consegur ver muito. Apenas uns três metros à sua frente pois toda a paisagem está invisível e coberta com um nevoeiro tão espesso que ele duvida que haja ali algo para ver. Apenas uma coisa é visível. Uma espécie de nódoa dourada lá bem ao fundo. Como se naquela zona, o ar fosse dourado. É por essa nódoa que ele se orienta. Ele segue-a durante cerca de vinte minutos até que o dourado ar, se torna agora em algo sólido. Um Portão imenso, tão dourado que o ofusca inrrompe no nevoeiro. O nevoeiro ainda está lá, apenas parece iluminado. Durante cinco minutos ele anda até chegar ao portão que parece nunca mais alcançar. Até que algum tempo depois vê uma silhueta. Uma silhueta que parece uma pedra, mais alta que as outras pedras. Aproxima-se e vê que numa pedra em forma de banco está sentado alguém.
'Está ai alguém?' pergunta ele enquanto se aproxima devagar e cautelosamente. Às suas palavras, uma reacção surge e quem estava sentado no banco, levanta-se lentamente, como se estivesse triste e cabisbaixo, e aproxima-se dele. Ao rapaz, tudo aquilo parecia estranho, mas o confronto com o ser, espantou-o mais que tudo o que vira ali. O ser, não era mais alto do que ele, vestia-se de branco, um tunica tão branca que parecia que por si só, iluminaria toda a Terra. O rosto, era algo de tão belo que ele estacou no lugar. Era calmíssimo, quase não havia emoção. Apenas uma leve pontada de tristeza. Era muito claro, no entanto não era demasiado branco. Era lindo. O ser mais perfeito que encontrara. Mas os seus olhos... como dizer? Os seus olhos eram algo sobrenatural. Vermelhos como o fogo, tão vivos como uma vela no meio da noite. Brilhavam como o Sol. Ele não teve palavras. O ser aproximou-se dele mais um pouco. E ai reparou na grande espada que ele trazia presa à túnica. Reparou também nas asas. Era um anjo. Mas se ele estivesse à frente de uma anjo, estaria de certeza a sonhar. A não ser que...
'Morri? Quem és tu? Onde estou?'
'Estás num sitio, que só tu podes decidir o que é. Eu ou quem quer que tu queres que eu seja.'
'És um anjo?' O anjo sorriu e disse:
'Se quiseres, posso ser um anjo. Podes ver-me como um demónio, como uma consciencia. Podes ver-me belo ou horrivel. Eu sou tu. A tua imaginação.'
'Imaginação? Estou a sonhar?'
'Não. Tu estás morto. O que significa, que falhei.'
'Morto? Como? Falhaste? Como assim, falhaste?'
'Calma. Tens a eternidade para fazeres as perguntas que quiseres. Estás morto, porque chegou a tua hora. E falhei... porque te deixei morrer. Eu sou aquilo a que vocês, humanos, chamam "Anjo da Guarda". O teu Anjo da Guarda. Se morreste foi porque de algum modo, te falhei.'
'Estou morto... Como morri? Sofri? Não me lembro de nada.'
'E precisas de te lembrar? Estás morto. Isso basta. Não intressa como. Nem penses mais nisso.'
'Porquê?'
'Porque... se pensares na vida, vais lembrar-te da rapariga que amavas e vais ter saudades dela... dos teus pais, do quão feliz tu eras... Não vais encontrar descanso na morte, se pensares na vida.'
'Mas eu não quero estar morto. Não estava pronto para partir. Não vivi tudo o que queria. Não a beijei... Não lhe disse...'
'É por isso que não deves pensar nisso... Não tens que ter remorsos do que não fizeste. Pensa no que fizeste... Conheceste-a... Eu sei, porque estava lá... Eu voei por cima de ti e ao encontro dela... E tu viste-a. Eu estive lá quando eras feliz a ver o pôr-do-sol, ou quando estavas com os teus amigos. Eu sei, porque olhei por ti.'
'Mas... não há maneira de voltar atrás?'
'Não.. não há... A única coisa em que te podes apoiar, é saber que, por cada pessoa que morre, outra nasce... E não podias viver para sempre.'
'Alguém vai ocupar o meu lugar?'
'Sim... Mas tu foste único se ficas feliz...'
'Sim... fico feliz... Pelo menos, alguém ainda está lá em baixo... com ela, quem sabe... Talvez ela seja feliz... E eu fico feliz.'
'Agora vamos... Temos um mundo, uma eternidade á nossa espera.'
'Aquilo... é o céu?'
'Não... Nem o Inferno... pois do Inferno tu viste agora... Aquilo... é o que tu queres que seja. Limpa as lágrimas... E vamos...'
'Sim... vamos.'
O Anjo põe a mão no seu ombro, e o postão abre sem ruido. Ele limpa as lágrimas... e juntos, entram... No Reino dele.

Este post pode ser visto de muitas maneiras, mas eu só queria dizer que foi inspirado numa pessoa e que é para ela e ela apenas... O resto até podem não gostar. O meu Anjo da Guarda... Cátia. GA, espero que gostes.

VC

PS: E a minha "inspiração". Não me esqueci de ti, hein? Também estás aqui. Lol.

Moon in the Bathroom/ Moon falling in the desert

Há sempre histórias que nós adoramos criar. Todos nós pensamos um dia, "Fogo, esta história é maravilhosa". Apesar de nunca a ter estruturado correctamente na minha cabeça, esta história que agora vos apresento é uma dessas histórias. Eu gosto da história, só não tive ainda coragem de a acabar. Já escrevi mais do que ponho aqui hoje, mas olhando agora para o que escrevi cheguei á conclu~soa que apenas estas duas partes se safam. Tentarei, agora num novo espaço, acabar esta história sobre a busca da felicidade.


A lua que entrava pela janela iluminava toda a casa de banho. Conseguiam-se ver um ao outro, mas tentavam desviar os olhares por momentos. Poderia ser vergonha, poderia ser medo, não sabiam ao certo. Todo um conjunto de sentimentos nunca antes sentidos misturados num só espaço entre duas pessoas que não se conheciam. A lua estava cada vez mais alta, mais bela. Toda aquela luz branca parecia acalmá-los um pouco. Sempre que tentavam começar algum tipo de conversa acabavam sempre por se calar ou falar em frases tão curtas que todo o entendimento era perdido. Aquela dor, aquela dor de pensar que o outro se encontrava do outro lado possivelmente a olhar para si, tentando-se esconder da lua para que o outro não o veja. É triste, mete pena, mas eles parecem alimentar-se dessa dor que tanto dizem evitar.A lua está agora no seu auge, bem alta no céu, desencobrindo toda a noite que se tentava esconder. Inevitavelmente viram-se um ao outro, olham para a janela e para a lua que entra agora sem medos pela casa de banho. Podiam ter sentido raiva pela lua, mas mais uma vez sentem o tal medo de que se alimentam tantas vezes desde que se conheceram. Estou á porta da casa de banho à espera que algo aconteça. Olho para o meu amigo, ele baixa a cabeça. Ambos sabemos que nada vai acontecer hoje. O medo que eles sentem, aquele mesmo medo que os alimenta, impossibilita-os de comunicarem. Não conseguiriam começar uma conversa, e mesmo que começassem acabariam a concordar com coisas que nunca concordariam apenas para não ouvir mais a voz do outro. O eco que caminhava nas paredes da casa de banho incomodava-os. Olham por vezes, mas rapidamente viram o olhar.A lua está agora a cair, deixa o seu auge e começa a decadência como em maior parte das coisas desta vida. Quero acreditar que isso é falso, quero apenas observar o deserto, o nada, que a lua continua a iluminar. Uma casa de banho no meio do deserto, um carro parado à porta com as portas abertas, eu à beira da estrada sem ver um único carro passar. O meu amigo senta-se ao meu lado, sente a poeira nas mãos, olha-me nos olhos:- Está na hora de irmos, não podemos fazer mais nada.- Eu sei, pelo menos tentámos.- Partimos sem lhes dizer nada?- Claro.Liguei o carro, olhei para a porta da casa de banho, nem uma única reacção. Podia entristecer, podia ficar desapontado. Chega disso, vamos embora companheiro, o deserto é grande, e, por favor, vai falando comigo.


O barulho do carro parecia ecoar cada vez mais enquanto avançávamos pelo deserto, sozinhos numa estrada que parecia não ter fim. Estou descansado, ela tem fim, tem de ter um fim que, apesar de poder não estar próximo, nós o conseguiremos atingir. Com cuidado avançamos cada vez mais nesta estrada, não temos qualquer tipo de paisagem agradável à nossa volta, tudo se perde com a velocidade do carro que, agora, está a aumentar a grandes passos. Gostava de poder parar novamente, de abrandar um pouco, mas a lembrança daqueles dois não me sai da cabeça. A lembrança de dois seres humanos que tinham perdido a vontade de comunicar com os outros, de terem medo das suas reacções. Tinha-lhes raiva, uma raiva de morte que me fazia pensar varias vezes em voltar para trás e matá-los. Contudo, sou calmo, tenho de ser calmo e esperar que a estrada acabe.A lua parece querer abandonarmos, cai cada vez mais. O meu amigo parece triste também, confuso com tudo o que se tinha passado neste deserto. Vejo-lhe nos olhos o medo de esta noite acabar e de ter de confrontar, possivelmente, aquelas pessoas no dia a dia. Como poderia ele, como poderia eu fazê-lo? Contínuo a conduzir por esta estrada, não há preocupações agora, não pode haver. O deserto parece absorver, ou quer absorver, todas as nossas preocupações:- Podes falar, sabias?- Estou confuso, não esperava que isto acontecesse.- Eu também não. Tentámos ajudar, acho que devemos ter isso em conta.- Sim, tens razão. Como tu dizes, apenas vem quem quer vir, o resto não importa.Sim, eu digo isso. Digo-o porque sinto que só pode ser assim, não sei se foi de experiências passadas ou não, mas acaba por ser assim em tudo o que fazemos. Avisamos, preocupamo-nos, não querem saber, eu também não. Não é isso que faz de mim uma má pessoa, ou pelo menos não me acho uma pessoa má. Realmente, não quero saber disso agora, o deserto não mo permite:- Achas que conseguimos sair desta estrada?- Se te trouxe comigo é porque conseguimos sair daqui, não te quero desapontar.- Acho que não o conseguirias fazer.- Obrigado. Nós temos de nos dar ao luxo de evoluir, de crescer e ver que os outros não o conseguem fazer. É bom ter a iniciativa de não estagnar, sabes? Mais um pouco e atingiremos a felicidade.- Achas que conseguimos?- É esse o motivo desta viagem, pelo menos de agora, atingir a felicidade e evoluir, meu bom amigo.É, agora que temos uma objectivo vamos conseguir desta estrada, deste deserto e caminhar para outra estrada. Lembrei-me de outro bom amigo, acho que seria a altura ideal para o visitar, ele percebe sempre.Vejo agora o final da estrada, a lua está praticamente caída, o sol levanta-se do outro lado. O sono, o sono continuar a parecer tão distante, sinto que poderia não voltar a dormir apenas para aproveitar toda a minha vida:- É o fim do deserto, e agora?- É altura de visitar alguém feliz.

Sunday Afternoon














Apresento-vos uma fotografia tirada por mim. É a primeira vez que ponho uam fotografia tirada por mim, mas pronto. espero que gostem e tal e cenas maradas para todos.


Obrigado.

A "Mensagem"

Tive de respirar inúmeras vezes para começar a escrever este texto. Acreditem, custa um pouco vasculhar e tentar explicar uma coisa que se vive e a qual não se compreende completamente. Mas como gosto de um bom desafio, lá me mentalizei em escrever no que poderá ser uma mensagem minha...
Antes de avançar mais com o texto e antes de ir à apresentação do tópico e qual o seu objectivo, gostava apenas de deixar definido uma pequena coisa que é capaz de vos ajudar na compreensão global do texto. Eu vejo a vida como um grande romance, um best-seller, ou um bom filme que está dividido em pequenos capítulos e sub-capítulos. Cada veze que há uma mudança de local ou de personagens acaba-se um capítulo, uma fase da vida. Agora devem estar a perguntar no porquê de eu pensar desta maneira, mas se tivermos um olhos bem apuramos e prontos para captar tudo o que se passa verão que estou correcto.
Avançando rapidamente para o tópico do meu texto. O que eu vos apresento hoje é uma espécie de ponto de vista sobre a vida e o mundo que nos rodeia que eu tenho tentado criar e adoptar. O que é que este ponto de vista tem como objectivo? A felicidade. Nada mais, nada menos do que a procura pela verdadeira felicidade e a forma de lá permanecer. Eu sie que é muito dificil estar sempre feliz, eu próprio o acho muito complicado, mas não é isso que me pára de tentar e de recorrer a vários pensamentos que me permitam chegar um pouco mais perto.
A primeira coisa que devemos fazer é não olhar tudo como sendo mau. Tomemos a cidade como exemplo. A cidade é apresentada como algo mau, capitalismo, mau ambiente, ostracização, etc. Mas se olharmos mais profundamente para a cidade podmeos chegar á conclusão que é uma grande fonte de inspiração. Então, o que estou a dizer? A inspiração, o acto de criar algo, desenvolver um mundo artistico na nossa cabeça leva-nos a uma parte da felicidade que procuro.
Para atingirmos um nivel de inspiração em que nos envolvemos com o ambiente que nos rodeia, em que estamos em harmonia comt udo, precisamos de apurar três sentidos fundamentais: A visão, olfacto e audição. Mas não digo para vocês verem, ouvirem e cheirarem. Eu quero que VEJAM, OIÇAM E CHEIREM. Não se limitem ao que está à vossa frente, explorem os espaços, imaginem coisas, façam montagens mentais, não parem é quietos.
Quando digo para não pararem, quero que vocês não estagnem. Quando digo que é muito dificil atingir a verdadeira felicidade muitas das vezes isso acontece pela estagnação. Pensemos um pouco...quando algo nos acontece, algo de mau, que acaba com o nosso estado de felicidade nós apenas temos de encontrar uma maneira de sair dele e reencontrar uma nova forma de inpiração. Temos, portanto, de renovar o nosso pensamento, evoluindo.

Epá, isto é capaz de estar confuso como tudo, mas como disse no inicio, eu ainda não tenho isto muito bem definido, mas mesmo assim queria partilhar com vocês para saber as reacções. escrevam, nem que seja para dizer mal!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

O dia de amanhã.


Naquele dia, o Sol brilhava muito mais que o habitual. As gaivotas sobrevoavam a praia, e as ondas do mar traziam consigo aquele cheirinho. Eram exactamente 11 horas, e ele estava atrasado.
Talvez, quisesse chegar mesmo atrasado, ou entao, o tempo teria "passado" por ele, e ele não tenha dado conta.
Aquela conversa nao podia ser mais adiada, e talvez, eles os dois tentassem fugir da tal conversa.
Mas, as palavras nunca se gastavam, e havia sempre mais alguma coisa para dizer. Ele achava que era apenas uma conversa banal, mas para ela, não.
O Sol batia-lhe na cara, e ela pensava nas palavras. As suas palavras teriam que sair do seu coração, e entrar no dele.
Apenas isso.
Ela esperava que ele a compreendesse, mas o facto, era que nem ela percebia.
Ou pelo menos, não queria perceber.
Os minutos passavam e ela pensava que mais uma vez a conversa seria adiada.
Mas não podia ser! Ele tinha que olhar nos olhos dela e perceber que alguma coisa não estava bem!
Ela desesperava. Mas ele, não percebia o que se passava.
Era meio-dia.
Ele chegou. Sentou-se em frente dela, e desculpou-se pelo atraso.
A forma de pedir desculpa, era tao rápida, e sem nexo, que ela percebia que ele queria adiar mais uma vez a conversa. Mas não. Era hoje o dia.
Hoje, as portas do mundo dela iriam-se abrir, e o mistério ficaria desvendado. Ela, não queria dizer... Nem sabia como dizer! O dia estava tao perfeito..perfeito demais para acabar assim.
Mas era hoje, tinha que ser.
Ele, olhou para ela, e perguntou:
- Como estás?
- Mal. Mas tu nunca reparaste pois nao?!
- Nao..
- Claro. Talvez por isso esta conversa tivesse sido tao adiada.
- Que queres dizer com isso?
- Sabes, a vida ás vezes desiluide-nos e nós, nao podemos fazer nada. Arrependo-me hoje, de nao ter sorrido quando devia, ou, de nao ter chorado quando era o momento. Tenho pena de nao ter olhado mais nos teus olhos, e de te dizer o quanto te adoro. Tenho pena que o meu sorriso tenha desaparecido.
- Mas porque falas assim? Tens uma vida pela frente!
- Não, não tenho! A vida é hoje, não amanhã. è agora, não daqui a umas horas.
- Talvez tenhas razão.
- Tenho pena de não olhar mais nos teus olhos..
As lágrimas caiam-lhe pela face, e aquele dia perfeito, já nao era o mesmo. O Sorriso desapareceu do rosto, e as mãos estavam pousadas no colo.
Ele não percebia...Era aquela conversa?
Ela, esperava que ele lhe limpasse as lágrimas, mas ele não as limpou.
Permaneceu, calado, a olhar para ela. Nao entendia o porquê de ela estar assim!
Ela levantou as mãos e limpou as lágrimas.
- Porque choras tanto? O que aconteceu?
- Sabes, quando temos vida, ansiamos pela morte, mas a verdade é que temos muito medo dela, e quando ela nos bate á porta, queremos morrer felizes, mas desesperamos só por a porta da morte se ter aberto. Como eu gostava que a vida fosse mais longa..
- Mas o que se passa? È comigo? È contigo? O que é??
- É comigo.
- O que tens?
- Não consigo arranjar palavras para te explicar. Elas estão cá dentro mas não saiem! Como eu queria que saíssem!Mas não saiem..
- Queres acabar é isso?
- Nós nunca começámos. O tempo foi sempre contra nós, e o amor nao estava do nosso lado.
Meu amor, nós nunca começámos...
- ...
As lágrimas continuavam a cair pelo rosto rosado, e ela não conseguia parar.
- Tenho tanta pena de não olhar de novo nos tues olhos! Mas a vida é a assim, e por vezes, a morte não se escolhe...
- Explica-me só o que tens!
- Quem me dera que percebesses, meu amor, quem me dera...
Três dias depois, ela faleceu com um tumor na cabeça. E ele nunca percebeu.
Cátia Rodrigues.

Carta Aberta

Bem, está na hora do tão esperado post não é? Não sei do que estás à espera, e muito menos sei o que escrever, embora não me faltem ideias de como escrever. Comecemos pelo essencial, e o essencial é que eu gosto de ti.

Eu gosto de ti, e por muito estupida que seja esta frase "não tenho culpa", acho que se adequa bem. Conheço-te à algum tempo, e no principio, não pensei que fosse gostar de ti como gosto agora, mas aconteceu. Não pude fazer nada. Um dia, não vale a pena dizer quando e onde, um dia olhei para ti, por acaso, e senti-me "diferente". Acelarado, estranho e sobretudo, confuso. Foi como se, por uns segundos, o mundo tivesse começado a andar em câmera lenta. Depois voltou ao normal e senti-me tonto. Acho que é o sentimento que se sente quando acontece gostar-se de alguém não é? Não pude evitar... Não pude fazer nada quando tinha os olhos cansados mas mesmo assim olhava para ti, ou se me doiam os musculos de não conseguir parar quieto. Andava desatento mas mesmo assim conseguia concentrar-me em ti. Não pude parar isto, e mesmo que pudesse, será que queria? Gostar de alguém faz-nos estar diferentes. Uns dias contentes, outros dias tristes, outros dias insuportáveis (os meus). Olho pela janela e tanto me apetece is lá para fora andar um bocado sózinho, como me apetece destruir o meu quarto. Tu fizeste isso, e por muito que me digam que escrevo bem, não paro de escrever desde que comecei a gostar de ti, o que pode querer dizer que me inspiraste a algo.

Sejam textos bons, alegres, tristes, sejam sorrisos dificeis de obter, seja uma tendencia suicida que me segue desde que me lembro, a verdade é que aconteceu algo em mim. Não me lembro de alguma vez estar tão nervosso como no dia em que te disse o que tinha a dizer. Claro que tive um "empurrãozinho" mas também acho que na altura perdi a timidez. Ainda não sei se fiz bem em contar-te, se fiz mal. Mas fiz. Algo deve ter acontecido com isso. Não sei se ficaste feliz, chateada, triste ou indiferente. Nem sei o que quero que tenhas ficado. A verdade é que não quero gostar de ti em vão, mas também não quero deixar de gostar assim. Porque se me inspira, e se faço as coisas melhores assim, então, é assim que quero ficar até ao fim dos dias. Também houve o facto de termos dicutido naquela altura, e foi a única vez de que me lembro que "engoli" o orgulho e fui falar com alguém e pedir desculpa. Foste a causa disso e digo-te, é quase impossível em mim engolir o orgulho e pedir desculpa. Por isso, dá-te por contente. Mas sinto-me estúpido quando discutimos, como me sinto fora de mim quando nos damos bem, como estamos agora (acho eu) e se estamos a dar-nos bem, não queria que parasse. Não tenho muito mais a dizer... Obrigado pela inspiração... e sê feliz, se eu puder contribuir para isso sabes que podes pedir o que for... que se eu puder, ajudo.

Gosto de ti...

VC